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Wednesday, June 29, 2011

os ‘Razíadas’ por Luís de Cá , Mões (Beira Alta) Canto 4º, estr. 5 a 8

5 - E se Escrocas, com causa desonrado
Vê que sua fama definha e morre
Já outro, para o Trono abalançado
( fogo do poder, queima e corre)
Bem saliva, afoito e precipitado
Do marasmo se fez sua alta torre
Por cujas ordens, aras ou respeito
o País jaz nú, e em pedaços feito

6 - Podem-se pôr em longo esquecimento
As cruezas mortais que o País já viu
Submetido à lei do feroz e cruento
Usurário que por todos decidiu
Que ainda assim, o vil sofrimento
Não perturba quem o inflingiu
- Que pode pois da justiça recear
Quem dela nomeia o Titular?

7 - C'o medo sempre a Pátria, mal casada
Disposta a fazer o que se lhe pede
Acabará por ser mais maltratada:
Que a submissão sempre concede
Carta branca à tirania instalada
Para arrematar terras e plebe
Ah, Lusitânia: nas mãos da usura
Segues cantando, a cega Escravatura

8 - E se quem abusa inda escarnece
Quando despertará a negra FÚRIA
De que tanto o Mundo ora carece?
Haverá punição de tanta incúria
Se mesmo a Europa se devanesce
Sob o medo, a ameaça e a injúria?
- E já pergunto isto como quem receia
Que o tempo de reagir, já nos escasseia!

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Viseu, Beira Alta, Portugal
autor satírico, cartoonista pseudónimo de António Gil, Poeta e Ficcionista, Não sectário, Agnóstico, Adepto Feroz da LIberdade de Imprensa e de Opinião...

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