Sabem aqueles que lutam
qual é a nossa maleita:
uns semeiam e labutam
outros tratam da «colheita»
Quem a nação alimenta
educa, calça e veste,
mal seus filhos sustenta
e já pouco tem, que preste
Já quem faz da mentira
sua forma de trepar
fica sempre com o que tira
a quem pouco tem para dar
E é gente dessa igualha
(a mais ninguém chamo grunho)
que tem direito a medalha
e «honras» no 10 de Junho
E tal é já o deslustre
de ombrear com tal gente
que quem seja mesmo ilustre
por mérito bem patente
E que à Pátria tenha honrado
que rejeite tal medalha
para não ser conotado
com tão nojenta canalha
Nota 1: a partir de hoje as quadras de António Aleijo serão acompanhadas de imagens de diversos pelourinhos de Portugal. Este é o de Vilar seco (distrito de Viseu) e a foto foi retirada de «Pelorinhos de Portugal» : aqui fica o site para quem deseje «explorá-lo»,
Nota 2: Inspirado no poeta popular António Aleixo, o autor destes textos satíricos de modo algum pretende denegrir ou perverter a imagem do Grande Poeta que foi este homem do povo: pelo contrário, o autor destas linhas manifesta um profundo respeito e admiração pelo Homem e sua Obra. Eis um site (ainda em construção), dedicado à memória do autor de «este livro que vos deixo»: http://acaciasrubras.no.sapo.pt/biblioteca/poesia/antonio_aleixo/
...e em jeito de rima vai Aleijo "aleijando" os males do nosso POVO!! Uma sátira bem alusiva e com o humor aos factos triste da nossa geração!! Obrigada Joaquim e aleija mais...!!!
ReplyDeleteO Aleixo teria gostado destas quadras do Aleijo, porque ambos são espíritos incomodados com os males infligidos ao povo e sabem bem "pôr o dedo na ferida"... O recurso à imagem dos pelourinhos é feliz e sintomático.
ReplyDeleteForça António!