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Friday, July 29, 2011

CONSULTÓRIO DO SEXO: Pela Dra. M. Gustava de los Placeres y Morales

Aaaah! acabo de acordar e ainda estou a espreguiçar-me. Bom dia, madrugadores (a minha tarde hoje só começa lá pelas oito). Hoje vou falar-vos de uma «moda» que está a fazer furor nos dois lados do Atlântico: os assexuados. 
Não, não me refiro a quem não tenha um sexo mas a homens que se consideram homens e mulheres que se consideram mulheres que dizem não necessitar de sexo.
A moda não é, de resto, recente: eu é que fui atardando o assunto (hoje é tarde, portanto...).
Diante deste novo fenómeno, há quase tantas posições como as que envolvem o sexo, para quem dele gosta: 
1- os desconfiados (pensamento mais corrente: está bem, está, o que tu queres sei eu), 
2 -os silenciosos ( pensamento mais corrente: será que o tarado sou só eu?) 
3 -os curiosos (pensamento mais corrente:que droga terá posto esta gente assim?), 
4 - os perturbados (pensamento mais corrente: eh pah! e se um dia eu também fico assim?)
5 - os angustiados (pensamento mais corrente: por este andar, onde vai a humanidade parar?)
6 - os revoltados ( pensamento mais corrente: Eis o que a comida transgénica e as hormonas dos frangos fazem!) 
7 - para abreviar uns poucos (muito pouquinhos mas muuuito trendy) que gritam: viva, finalmente encontrei alguém como eu!|
A minha visão pessoal, sobre este assunto, expressei-a há dias a um amigo que assexuado se me confessou: 

- oxalá nunca ninguém te deseje fisicamente, rapaz, também para teu sossego.

Não sei porquê, acho que ele não gostou de ouvir isto, mesmo se eu só o disse por simpatia para a sua confessada condição. Juraria mesmo que se sentiu ofendido. Neste caso portanto, a confissão valeu o que valeu: ele estava só a armar aos cucos.
Mas acredito, firmemente, que possam existir pessoas que, de facto, não sintam o apelo sexual. O que não acredito é em «casais» assexuados (último grito dessa moda) que decidem juntar-se para...bom, eu nem sei bem para quê! 
Para viver juntos? decerto se pode viver com uma amiga ou um amigo (eu já o fiz várias vezes), mas se não há laços sexuais , porquê e para quê reclamar o estatuto de casal? eis o que me confunde!
O apelo da assexualidade (se apelo existe em tal coisa) quanto a mim, seria tanto maior quanto mais INDEPENDÊNCIA trouxesse ao indivíduo.
Ora se esta nova modalidade desvaloriza o sexo para enaltecer o chamado amor espiritual (ou platónico) mais uma oportunidade teria para quebrar limites e, liberto do peso da posse e do ciúme, construir um círculo alargado de amores desinteressados. Ao ligar-se a uma pessoa só, de uma forma que em nada se distingue da amizade, mas atribuindo-lhe uma carga que a amizade não tem (a exclusividade da relação), na minha modesta opinião, a vida afectiva destas pessoas «enconcha-se» e empobrece.
Não o digo para atacar ninguém mas para me defender de futuras investidas. Mulher de carne e osso, detestaria decerto que um qualquer homem a abordasse nestes termos que farão, talvez, as delícias das mulheres assexuadas, mas que provocariam calafrios a todas as outras:

- querida, amo-te muito, quero que sejas minha e só minha, mas atenção: não quero sexo contigo!

Amigas e amigos: antes esconderem o vosso sexo atrás de um A, ou de enaltecerem em demasia a abstinência e o amor espiritual, pensem bem, na vossa intimidade (aí ninguém precisa de mentir), se é disso mesmo que gostam...

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Viseu, Beira Alta, Portugal
autor satírico, cartoonista pseudónimo de António Gil, Poeta e Ficcionista, Não sectário, Agnóstico, Adepto Feroz da LIberdade de Imprensa e de Opinião...

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