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Tuesday, July 5, 2011

História Universal da Cuskice - pela Dra. Glória d'Anais de Guerra e Antas

RESUMO DO 2º CAPÍTULO COM CITAÇÕES E FONTES:

Vimos a importância da Cuskice nas investigações, nas descobertas, nas conquistas e nas invenções humanas e vimos também como, quando esta actividade não esteve na base dessas mesmas aquisições, esteve desde sempre nelas presente enquanto objectivo. Da primeira cena de cuskice, gravada na rocha, para gáudio dos pândegos de uma certa comunidade, à invenção do livro manuscrito, passando pela imprensa, a rádio, a televisão, a net, uma indiscutível tendência de tornar a cuskice mais eficaz e veloz está presente em todas as formas de comunicação humana. 
Segundo Graveina Rocha,perito em gravuras rupestres, a escrita surge para dizer coisas do vizinho que todos (menos ele) entendam, mas enquanto essa mesma escrita não for transportável (díficil levar um penedo ou uma gruta às costas), o grau de difusão dessa comunicação ficará confinado ao espaço restrito de uma pequena comunidade. Trassos de Barros, especialista das grandes Civilizações Labregas,  afirma sem reservas que «...para que certos factos irresistíveis sobre vidas alheias pudessem ser também desfrutadas por pessoas de outras comunidades, houve pois que inventar a escrita na argila, que permitia a circulação de informação, embora só quem tivesse grande caparro pudesse, nessa altura, candidatar-se ao lugar de carteiro...» 
Para Idá de Dastrevas, especialista em assuntos medievais, o livro manuscrito não potenciava ainda, como desejável, a saudável cuskice entre uma comunidade alargada, não por falta de mercado mas porque quase ninguém sabia ler e as tricas de monges, circulando apenas entre monges, eram chatas como a potassa. 
A invenção da Imprensa visava optimizar não só a reprodução em série das várias formas de cuskice, como possibilitar que, pela massa de obras impressas, pela primeira vez, muita gente se começasse a sentir envergonhada por não saber ler. 
Enquanto houve menos livros que pessoas, qualquer um tinha boa desculpa para não querer aprender o alfabeto, cravando outros para que lessem para si. É isso que nos diz o mestre R. Nascimento, autoridade dos estudos Classicistas. «...Quando milhares de livros passaram a ser dados à estampa, em edições de milhares de exemplares, os analfabetos aperceberam-se, finalmente, do quanto teriam a perder se não aprendessem a ler rapidamente: ninguém mais teria tempo par lhes ler coisas alguma, tal a profusão de cuskices novas a serem dadas ao prelo, todos os santos dias!...», 
Já mais próximo de nós, o rádio, a televisão e a internet, tornaram a cuskice acessível graças a um simples  rodar de botão ou (mais fácil ainda) a um clique: a possibilidade de se poder aceder a essa informação sem qualquer tipo de esforço, introduz possibilidades infinitas, que são outros tantos campos onde a Cuskice se pode enraizar, crescer,florescer, frutificar e voltar a semear. O Doutor Huge Hacker, especialista em cibercultura, resume assim a relação entre a vida contemporânea e a cuskice: «...Já se diz por aí que não existe vida privada na sociedade digital. Isso é verdade, não apenas porque algumas pessoas não se importem de expô-la, publicamente. É verdade também porque não há lugar onde esconder nada: onde quer que se passe, onde quer que se fique, de onde quer que se parta,deixam-se sempre rastos: uma rúbrica ou assinatura, uma portagem de auto-estrada, um talão de multibanco ou cartão de crédito, um filme de video vigilância. O mundo inteiro nos cuska, quase 24 horas por dia, quase 52 semanas por ano, sempre que nos movimentamos num espaço urbano! 
Condenado a ser permanentemente cuskado, sem que jamais alguém veja algum interesse no seu caso, o cidadão moderno só encontra uma forma de se vingar de tão grande desrespeito tornando-se ele próprio num terrível cusko, capaz de ripostar, seja contra quem for, com as mesmas armas com que ele gostaria de ser atacado, se alguém o considerasse digno de ser alvo...»


(continua na próxima 3ª feira)

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Viseu, Beira Alta, Portugal
autor satírico, cartoonista pseudónimo de António Gil, Poeta e Ficcionista, Não sectário, Agnóstico, Adepto Feroz da LIberdade de Imprensa e de Opinião...

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