Bom dia guapas e guapos: este já vai luminoso e quente, para alegrar a vida da gente luminosa e quente! Felizmente o sol ainda não foi privatizado (haverá planos?). Hoje vou abordar um assunto algo incómodo mas que faz parte das matérias que aqui abordo. Vou falar de taras, esses desvios à sexualidade sadia que, apesar de não afectarem a maioria das pessoas, são bem menos raros do que se pensa. Não é assunto que me entusiasme, como compreenderão: preferia que essas matérias fizessem parte de outra «disciplina» mas não tenho escolha. Portanto, faço uma breve interrupção do formato habitual (as cartas dos leitorese as dicas que se lhe seguem) para reflectir sobre assuntos normalmente arredados da discussão pública. Iisto porque, nos últimos tempos, não poucos sexólogos, têm vindo a desvalorizar (senão mesmo a negar) a carga negativa de certas práticas. Dizem esses meus pouco ilustres colegas, que não existe um padrão de normalidade e que, concomitantemente, nenhuma expressão da sexualidade humana é «anormal». É um relativismo só acessível a quem jamais foi (ou viu um dos seus a ser) violado nos seus direitos e na sua dignidade humana. Tal como certos juízes se indignam quando não são respeitados (por exemplo, quando os não deixam passar à frente nas filas do multibanco), mas não vêm alarme social nenhum nas liberdades que concedem aos maiores facínoras, também aqui não faltam aqueles que, do sexo forçado à necrofilia, tudo encaram com olímpica normalidade, chegando até a elogiar comportamentos desviantes.
Falemos então de Dona Lusitânia, essa mulher com um terrível historial de abusos e dos seus sucessivos sedutores. A senhora, apesar de mãe de muitas filhas e filhos, tem vindo a ser vítima de um certo padrão comportamental que conjuga a ameaça, as promessas e outros meios pouco ortodoxos, para atingir vergonhosos fins. Se ela tivesse um pouquinho de auto-estima, decerto já teria reagido. Porquê? Porque aceita os convites que lhe são endossados, sem ter memória do que lhe aconteceu, com outros pulhas, em circunstâncias semelhantes e porque...ainda acredita em príncipes encantados.
Imatura, apesar da provecta idade, a Senhora acha sempre que merece ser amada e que acabará, só pelo seu mérito, por vir a sê-lo. Alguém que tivesse muita paciência e alguma coragem, já lhe devia ter explicado que o que lhe vai acontecer, mais uma vez, não difere do que já muitas vezes aconteceu no passado. Seduzida pela promessa de um passeio romântico, a Dona Lusitânia mais uma vez «capricha» no seu visual, vai ao cabeleireiro, escolhe um vestido mais festivo, preocupa-se com a conjugação das cores da carteira e dos sapatos, entre outros detalhes mais ou menos fúteis. Mal pressente que o homem que a vai levar pelo braço está pouco interessado na sua pessoa. Ele sabe bem como atingir os seus fins, sem ter de assumir qualquer responsabilidade pelo que faz. Há-de levá-la a passear à beira-mar, falar-lhe do seu glorioso passado e, pelo fim do dia, pagar-lhe (com dinheiro que previamente lhe tirou da condizente carteira) um jantarzito rasca, num tasco ainda mais rasca, refeição que há-de comover a carente dama quase até às lágrimas. Há-de falar do risonho futuro das suas filhas e filhos, dos seus planos para pô-la a viver como rainha. No fim do jantar, convidá-la-á a ir até ao Pub Eleitoral e uma vez aí, entre danças e tiradas de engate de mau gosto, há-de conseguir o seu primeiro beijo. Mais adiante, quando a Senhora, já inebriada de álcool e atenções a que não está habituada, estiver disposta a quase tudo, há-de pagar-lhe uma última bebida onde deitará, sem que ela se dê conta, uns pozinhos da chamada droga do sexo e, quando a levar de volta a casa, já o efeito da mistela terá produzido o seu efeito, deixando-a (ainda mais) inconsciente.
É nesta situação que vamos encontrá-la agora: ela jaz na sua casa, na sua cama, enquanto o meliante aproveita para fazer um telefonema aos seus amigos, convidando-os para uma farra: afinal de contas, além da senhora, existem as filhas e os filhos que dormem descansados sem saber o que os espera. Os amigos já vão a caminho, tremendo de excitação: uns gostam de mulheres e rapariguinhas, outros gostam de homens e de rapazinhos: há carne «tenra» para todos!
Do que se passará a seguir nem vou falar: creio que também não será preciso fazer um desenho pois esta triste história nem sequer é nova!
Vou sim, perguntar aos tarados dos meus colegas prafrentex se ainda acham que certos comportamentos são mesmo normais. E se me disserem que sim, só me resta aconselhá-los a frequentarem as minhas sessões de terapia para estes casos: prometo não receitar «químicos»: não há tara nenhuma que o meu chicote não cure!
...VALENTE, Dr.ª Gustava!!! Umas chicotadas eram precisas para estes desavergonhados!!! E quem sabe se Dona Lusitânia depois de tanta chicotada, já cansada, não arranja um pouquinho de cicuta biológica para pôr nos cafézinhos e mandar os TARADOS para...lá!! Já não creio em sessões terapêuticas, é capaz de ser preciso algo mais eficaz!! Adoro suas rubricas semanais,bem temperadas, que dão a saber as taradices que se fazem por aí, por aqui e por acolá!!
ReplyDeleteAté para a semana e BEIJINHOS!!!