(continuação e conclusão do resumo iniciado há duas semanas atrás, do segundo capítulo da HUC)
Vimos no artigo anterior que uma atitude ambígua relativamente à cuskice tem impedido que o valor desta seja reconhecido na Historiografia Oficial.
Mas a verdade é que não é a cuskice que precisa de reconhecimento, pois ela é bem popular. E no mundo bem pouca gente haverá mais cuska que os meus colegas de profissão, os Historiadores. Que outra coisa nos levaria a todos a vasculhar arquivos, visitar lugares históricos, ler obras sobre o passado deste e daquela? (mais irmãos, cunhados, primos, sobrinhos e enteados que conspiravam para subir na carreira: não havia avaliações e só havia promoções para os vivos)
E se digo que a Cuskice reina em toda a parte, sei do que falo, porque estudei o assunto com profundidade.
Toda a gente julga que mantém certos aspectos da sua vida secretos. E muito pouca gente gente não quer aceder aos segredos alheios.
Isto cria um mercado muito vasto de troca de informação e, não tenhamos dúvida, essa informação circula a uma velocidade estonteante.
Existe todo um sistema montado para tornar impossível que, quem quer que seja guarde, de forma egoista - senão mesmo anti-social - um segredo só para si. Nas Igrejas, nas Esquadras de Polícia e, mais raramente, nos tribunais, esse mecanismo é a confissão.
Nas clínicas, consultórios e quejandos, o mesmo mecanismo chama-se sessão de psicanálise, sessão psiquiátrica, sessão terapêutica ou sessão de avaliação psicológica.
Nos lugares públicos, a Cuskice muda de designação e passar a tratar-se como conversa informal (nos barbeiros, cabeleireiros, manicures, frutarias, cafés e pffff tantos lugares).
Nos lares, por sua vez, à Cuskice já se pode chamar conversa familiar e se for ao telemóvel já se lhe pode chamar uma ligação.
Enfim, estudos recentes têm comprovado que, conforme diz o Doutor Bat Papu mais de 80 por cento das conversas humanas estão relacionadas com a vida alheia.
Donde é fácil compreender que, no fim, ninguém tenha segredos, embora quase todos acreditem que os seus segredos particulares estejam bem guardados.
Mas para melhor elucidar este assunto, deixo-vos aqui um organigrama de minha autoria, que creio ser bem demonstrativo da impossibilidade de guardar um segredo.
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