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Tuesday, July 19, 2011

História Universal da Cuskice - pela Dra. Glória d'Anais de Guerra e Antas

(continuação e conclusão do resumo iniciado há duas semanas atrás, do segundo capítulo da HUC)

Vimos no artigo anterior que uma atitude ambígua relativamente à cuskice tem impedido que o valor desta seja reconhecido na Historiografia Oficial. 
Mas a verdade é que não é a cuskice que precisa de reconhecimento, pois ela é bem popular. E no mundo bem pouca gente haverá mais cuska que os meus colegas de profissão, os Historiadores. Que outra coisa nos levaria a todos a vasculhar arquivos, visitar lugares históricos, ler obras sobre o passado deste e daquela? (mais irmãos, cunhados, primos,  sobrinhos e enteados que conspiravam para subir na carreira: não havia avaliações e só havia promoções para os vivos)
E se digo que a Cuskice reina em toda a parte, sei do que falo, porque estudei o assunto com profundidade. 
Toda a gente julga que mantém certos aspectos da sua vida secretos. E muito pouca gente gente não quer aceder aos segredos alheios. 
Isto cria um mercado muito vasto de troca de informação e, não tenhamos dúvida, essa informação circula a uma velocidade estonteante. 
Existe todo um sistema montado para tornar impossível que, quem quer que seja guarde, de forma egoista - senão mesmo anti-social - um segredo só para si. Nas Igrejas, nas Esquadras de Polícia e, mais raramente, nos tribunais, esse mecanismo é a confissão. 
Nas clínicas, consultórios e quejandos, o mesmo mecanismo chama-se sessão de psicanálise, sessão psiquiátrica, sessão terapêutica ou sessão de avaliação psicológica. 
Nos lugares públicos, a Cuskice muda de designação e passar a tratar-se como conversa informal (nos barbeiros, cabeleireiros, manicures, frutarias, cafés e pffff tantos lugares). 
Nos lares, por sua vez, à Cuskice já se pode chamar conversa familiar e se for ao telemóvel já se lhe pode chamar uma ligação. 
Enfim, estudos recentes têm comprovado que, conforme diz o Doutor Bat Papu mais de 80 por cento das conversas humanas estão relacionadas com a vida alheia. 
Donde é fácil compreender que, no fim, ninguém tenha segredos, embora quase todos acreditem que os seus segredos particulares estejam bem guardados. 
Mas para melhor elucidar este assunto, deixo-vos aqui um organigrama de minha autoria, que creio ser bem demonstrativo da impossibilidade de guardar um segredo. 




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Viseu, Beira Alta, Portugal
autor satírico, cartoonista pseudónimo de António Gil, Poeta e Ficcionista, Não sectário, Agnóstico, Adepto Feroz da LIberdade de Imprensa e de Opinião...

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