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Wednesday, July 6, 2011

OS «RAZÍADAS» por Luís Vaz de Cá (Mões, Beira Alta) Canto quarto, Estr.9 a 12

9 - Vem já, do Novo Mundo, novo perigo
Das agências de rating derivado
Que ao País impondo novo castigo
-Ou não andasse ele já tão castigado-
E eis qu'o agiota, em gesto de amigo
Já traz o conselho engatilhado:
Doravante ò pobre e triste gente
É aguentar e com cara de contente


10 - E assim nos lendo, a sina inelutável
A lixo tóxico nos hão-de comparar
E ao povo, cada vez mais miserável
Hão-de vender a água, o sol, o ar
E mesmo toda terra ainda arável
E o que de aproveitável sobrar
Há-de ter seu preço de mercado
(Assim seja tudo privatizado)


11 - Não falta com razões que desconcerte
Da opinião de todos, na vontade,
Em quem o esforço antigo se converte
Em desusada e má deslealdade
Podendo o temor mais gelado, inerte
Que a própria e natural fidelidade:
Negam o pai, a mãe, e, se convém
As avós e os avôs, que Deus lá tem!


12 - Mas nunca foi que este erro se sentisse
Como agora: nem no Estado Velho nem antes
Se viu ruína que tão claro assim se visse
Nem dores cruas inflingidas e constantes
Quanto as que noutros cantos já predisse
Com palavras  mais duras que elegantes
A mão já fechada em jeito de soco
- Que tal gesto, para muitos, inda é pouco

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Viseu, Beira Alta, Portugal
autor satírico, cartoonista pseudónimo de António Gil, Poeta e Ficcionista, Não sectário, Agnóstico, Adepto Feroz da LIberdade de Imprensa e de Opinião...

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