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Wednesday, July 13, 2011

OS «RAZÍADAS» por Luís Vaz de Cá (Mões, Beira Alta) Canto quarto, Estr.13 a 16

13 - Como?! Da gente ilustre Portuguesa
Há-de haver quem recuse o pátrio Marte?
Como?! Desta província que princesa
Foi das gentes na guerra em toda a parte
Há-de sair quem negue ter defesa?
Quem negue a Fé, o amor, o esforço e a arte
De Português, e por nenhum respeito,
o Próprio país queira ver sujeito?


14 - Como!? Não sois vós inda os descendentes
Daqueles que debaixo da bandeira
Do grande Henriques, feros e valentes
Vencestes esta gente tão guerreira,
Quantas tantas bandeiras, tantas gentes
Puseram de fugida, de maneira
Que nove séculos vos trouxeram
Vivos mais as glórias que tiveram


15- E eis que ora vos vejo  subjugados
Diante de quem nada era antes de vós
Que é feito dos feitos sublimados
Da memória forte de Pais e Avós?
Se com graves descuidos e pecados
A Mentira em tal fraqueza assim vos pôs
Que venha de vez, num Ímpeto Novo
Que sacuda o torpor deste pobre Povo


16 - Rei tendes tal que, se o valor tiverdes
Igual ao Rei que agora alevantastes
Fa-lo-ás labutar a recibos verdes
Que pra Reis já muito desbaratastes
E se com isto, enfim, não vos moverdes
Do penetrante medo que tomastes
Atai as mãos a vosso vil receio
Que eu só, resistirei ao jugo alheio!

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Viseu, Beira Alta, Portugal
autor satírico, cartoonista pseudónimo de António Gil, Poeta e Ficcionista, Não sectário, Agnóstico, Adepto Feroz da LIberdade de Imprensa e de Opinião...

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