Há quem suponha que o fim último deste blogue é lançar os políticos aos cães. É falso: eu sou dos que defendem que devemos lançar os cães aos políticos. Não de qualquer maneira, como veremos. Em primeiro lugar, há que considerar que os cães, embora considerados os melhores amigos do homem, não sabem identificar bem o alvo. Ainda não sabem, por exemplo, porque é que nos últimos meses, têm de comer os restos dos restos ou mesmo de rapar o tacho. Falo só dos mais felizardos, os que a crise ainda não converteu em sem-abrigo. Há portanto que dar-lhes, primeiro, a devida formação: deixá-los cheirar bem os bichos, mostrar-lhes as fuças, as promessas, as traições. E explicar-lhes como o facto de tais energúmenos tratarem os seus donos abaixo de cão, levou a uma drástica queda do nível de qualidade de vida dos próprios cães. Há que ensinar-lhes que um político, como qualquer outro animal, necessita de sair da toca, quanto mais não seja para beber e caçar. Os lugares onde bebem, todos os conhecem, os lugares onde caçam também estão bem assinalados. Se os leões caçam antílopes e as raposas coelhos, os políticos costumam caçar votos e os sítios por onde andam até costumam ser anunciados com antecedência. É certo que, os políticos, ao contrário de outras feras mais corajosas, trazem sabujos para lhes proteger o coiro. Mas também é verdade que, se esses cães de guarda não conseguem evitar que, durante a caça ao voto, uma velhinha afectada por amnésia os beije ou uma peixeira do Bolhão os presenteie com um linguado dos clássicos, não estariam em condições de evitar outro tipo de aproximações...digamos mais íntimas.
Há relativamente pouco tempo, em Itália, um tipo que nos foi apresentado como louco, agrediu Burlasconni com uma miniatura da Catedral de Milão. Muitos perguntaram o porquê daquele acto. Outros o porquê daquele alvo. Outros ainda, intrigaram-se com a escolha da Catedral de Milão. Eu digo que é fácil censurar o trabalho de alguém, sobretudo quando é bem feito, e mais fácil ainda fazê-lo passar por obra de um louco. Mas já repararam que a referida catedral é bem pontiaguda e que o homem «papou» dezenas de seguranças com o estratagema do presente que queria dar ao padrinho?. Depois do lance em que a bota do jornalista iraquiano passou ao lado das fuças de Bush, desta vez apeteceu-me gritar «GOOOOLO». O segredo de todas as vitórias, portanto, é continuar a visar a baliza, ou goal, que em inglês quer dizer objectivo....
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