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Wednesday, August 31, 2011

«os Razíadas» por Luís Vaz de Cá (Mões, Beira Alta) canto quinto Estr. 10 a 14

10 - E por viver em tal País, silenciado
Espalhando a verdade, sem medo
Eis que me me chamam ressabiado
E me convidam, lestos, ao degredo
Cuidando que, uma vez exilado
Minha voz se calará e assim, cedo
Comigo a desgraça partiria
Pois de mim a julgam fiel companhia


11- Oh estultos, que crêem ser o mensageiro
Quem cria o atroz real que aqui vemos
Entendereis um dia, inda que derradeiro
Que a mensagem que não escolhemos
Não submete nunca o verdadeiro
À conveniência de certos Demos?
Matai os mensageiros, que importa?
Já tendes vosso inimigo à porta!


12 - Matai também, já agora, as sentinelas
E derrubai todas as atalaias
Abri todas as vossas portas e janelas
E entregai lanças, setas, azagaias
Que o corpo luso, já cheio de mazelas
Jaz exangue junto às mesmas praias
De onde as caravelas se despediram
Dos que à  partida no cais assistiram


13 - Pode ser que eu vá antes, sem esforço
Para fora do País adormecido
E que lá onde esteja, sem remorso
Longe do imbecil empedernido
Nem me apeteça já tirar desforço
Do abuso cem mil vezes repetido
Que não me apiedo do voluntarista
Que ao chicote se oferece, masoquista!


14 - Comprai algemas, cadeias, garrotes
Engenhos malévolos e mordaças
Comprai cordas, bastões e chicotes
E entregai tudo às mãos devassas
Que os carrascos não precisam de motes
Para supliciar as ignotas massas
Quando na carne sentirdes o suplício
Vereis se o que digo é virtude ou vício!


15 - E pois que cansado ando e infeliz
Por ver tudo o que digo, assim tratado
Vendo renegar às gentes, seu País
Tão ceguinhas andam c'o passado
Fartinho do que faz e do que diz
O idiota inútil que, castrado
Inda ignora que, entre outros agravos
Já seus filhos são dados como escravos!!!

Tuesday, August 30, 2011

História Universal da Cuskice - pela Dra. Glória d'Anais de Guerra e Antas

Antes de avançarmos um pouco mais na HUC, queria aqui aclarar alguns conceitos importantes para que o leitor estivesse apto a compreender os capítulos seguintes. Começarei por esmiuçar os vários tipos de cuskice ou fofoca (para as amigas e amigos brasileiros). Aqui vai:

Cusquice doméstica: é aquela em que os membros de uma família aproveitam a ausência de um ou mais deles para falarem abertamente das coisas que o ausente nem sabe que sabem dele. Num ou noutro caso, os parentes podem mesmo falar de coisas que o ausente nem sabe de si próprio. A vítima deste tipo de cuskice é quase sempre o Pai, que é quem passa mais tempo fora de casa, e também aquele que pior aceita críticas directas. Raramente os irmãos de idades próximas necessitam de se alvejar na ausência uns dos outros: aqui, a modalidade favorita é mesmo o insulto cara a cara e olhos nos olhos...

Cuskice inter-doméstica: é aquela que se faz nos salões de chá, nos cafés, nas manicures, cabeleireiros, barbeiros e outras casas semi-públicas. As vítimas são geralmente sempre gente das relações dos envolvidos: colegas, amigos, vizinhos. Mas também se fala de alguns famosos, para dar um ar mais sério e credível à coisa. O objectivo dos cuskadores ou fofoqueiros é, como no caso anterior, deixar claro que a pessoa visada é uma criatura miserável,  indigna do convívio de gente decente, que são todos os que estão a ouvir as suas historietas com ar aprovador. É errado portanto pensar-se que o cusko conta episódios sórdidos da vida dos outros SÓ por querer elevar-se: ele também está a querer enterrar alguém, de preferência bem fundo!!!


Cuskice inter-regional: é a que implica um razoável tráfego de informações entre cidades ou até regiões geográficas. Graças a este tipo de cuskice, as pessoas de uma dada região podem rir-se do ridículo sotaque de outras regiões e imitá-lo nas anedotas, pois que cada um sabe, intimamente, que o sotaque da sua própria região não tem gracinha nenhuma. Juntamente com o sotaque, um parolo do norte tenta copiar também outros tiques de um parolo do sul (e vice-versa) para mostrar aos seus conterrâneos porque razão são todos abençoados por não terem nascido abaixo do rio Y ou acima do Deserto Z. 
Tem de se compreender esta necessidade de afirmação pois muita gente não tem mesmo mais nada para inferiorizar os outros nem para se gabar a si própria!!!


Cuskice internacional: A natureza desta forma de fofoquice é semelhante à forma anterior. Há todavia aqui uma diferença de escala e, de certa forma, de objectivo, pois enquanto naquela o pândego que cuska e maldiz só pretende achincalhar o seu concidadão, nesta pode visar ainda mais longe. Falo, é claro, dessa profissionalização da cuskice que é a espionagem. Todos o País poderoso que se preze (e mesmo alguns Países que pouco podem e nada se prezam) têm agentes disseminados pelo mundo, no claro e cristalino intuito de espiar os pontos fortes (para copiar) e fracos (para saber por onde atacar) dos Povos que são seus anfitriões.
Como sabemos, a maioria esmagadora das Guerras ocorreram entre Nações. Ocasionalmente, houve Guerras Civis. Mas uma guerra entre cidadãos do mesmo País, todos o dizem, é sempre muito mais terrível: porque todos sabem mais uns dos outros do que seria saudável. Sabem onde apanhar o inimigo a tomar café e onde surpreendê-lo a beber o seu copo! Sabem a que horas voltam os maridos enganados e a que horas saem de casa as mulheres entediadas! sabem as horas da refeição uns dos outros e como interrompê-las com uma saraivada de metralhadora, só para estragar o apetite do inimigo. Pior ainda: sabem quando são os jogos de futebol, que é quando o inimigo se concentra num espaço que às vezes parece concebido como uma ratoeira...

(continua na próxima semana)

Monday, August 29, 2011

Este livro que despejo por Antonio Aleijo




Sejam crentes ou ateus 
a todos aceito bem
desde que em nome de Deus
não se imponham a ninguém


não suporto presunção
nesses assuntos sagrados
passarão procuração
a tão mortais advogados


Deus, Deuses ou  Imortais?
se sim, meus senhores
cadê as credenciais?
se não, calem-se, estupores!!!


Pudesse esse Deus julgar-vos
por vossa terrena andança
haveria acusar-vos
de abuso de confiança


Queira a Deus que Deus exista
também tenho essa ânsia
baixaríeis bem a crista
pagando pela arrogância


Pelourinho da Batalha PÁGINA DE ORIGEM DA IMAGEM: http://onossopatrimonio.blogspot.com/2009_03_01_










Sunday, August 28, 2011

EVANGELHO SEGUNDO S. METEUROS: A INFÂNCIA de GIZAS CRISIS (G.C. prós amigos)

Naqueles tempos, vivendo o Reino Jádeu em sérias dificuldades, o Rei Erodes resolveu taxar todos os bens, depois de ter andado anos a fio a taxar só os pobrezinhos. Informado disso por um Anjo (assim se chamava o seu contacto no Mistério das Finanças), Jesó assim falou a Miraia:

- Mulher: trata de fazer as malas que eu vou ao banco transferir tudinho para um off-shore. Como aqui não deixo nem um tusto, temos de ir viver para lá, não vá também o Erodes deitar-me a unha por causa disto. Como lá devemos ficar sete anitos, vou precisar de pelo menos sete pares de peúgas e sete cuecas, que eu não sou obcecado pela limpeza mas também não quero cheirar pior que os outros...
E assim fizeram: em menos de meia-dúzia de horas, Miraia, Jesó e o pequeno G.C. estavam dali para fora.
Ah! levavam com eles um burro, por sinal chamado Polivalente pois fazia de tudo: cozinhava, dava o biberão ao crianço, mudava-lhe as fraldas, lavava a roupa, carregava com qualquer deles às costas, ajudava-os a sentar e muito mais coisas e fazia tudo isso sem salário e sem direito a vínculo, sem segurança social, sem qualquer direito!

*

A família passou uns anitos no Dáguito, paraíso fiscal de alguma alta finança, até que o mesmo Anjo mandou um email a Jesó dizendo: «podes vir pah: o Erodes já era! agora temos outro Erodes (falta de originalidade, a de quem dá os nomes aos nossos Reis) mas este protege os escroques como tu!»
E Jesó, que nunca se tinha adaptado àquela vida descansada mas inactiva e já começava a ter saudades dos seus negócios duvidosos, nem para trás olhou: é que no raio daquele País havia muita gente a querer «enrolar» os outros e eram muito poucos os outros que ainda se podiam enrolar!!!

*

Instalado com respectiva família numa santa terrinha de nome Razané, desde cedo o garoto deu nas vistas por opinar sobre tudo e sobre todos com a autoridade de quem reduz o mundo a uma monolítica visão baseada na economia. 
É assim que, com a idade de doze anos, o vamos encontrar entre accionistas, empresários, economistas e outros Místicos da Religião do Mercado. Bom, na verdade quem o vai encontrar é a sua Mãe, que já o procurava aflitinha por tudo o que era recanto:

- Ah estás aqui, ò grande maroto! e eu a imaginar os piores filmes sobre o que poderia ter-te sucedido!
-Ora Mã, tenha calma - responde impertubável o garoto - que mal me podia acontecer?
-Sei lá: caíres a um poço, seres atropelado por um carro de bois, seres crucificado...pode acontecer tanta coisa!
- Ufff! só isso, Mã? cheguei a ter medo: pensei logo em coisas como ser roubado, ir à falência, ver os meus bens rematados em leilão ou, ainda pior: descobrirem que eu tenho «inside information» que me permite saber quais as empresas que estão a «dar» e quais as que se vão afundar antes que o Aminejhad, que é o Diabo, pisque um de seus olhinhos pequeninos, tique aliás nele muito frequente! 
Os Doutores da Lei (isto é, a malta do carcanhol) muito se maravilharam por ver tal precocidade naquele fedelho que ainda nem acne tinha na cara: 'quem é este repolho que sabe mais destas coisas que o Grão Mestre da Nossa Ordem Oculta?'  perguntavam-se entre si! 
Perguntavam-se mas não tiveram resposta porque o G.C. já ia dali para fora, levado pelo braço pela mãe.
E este é o único episódio que se conhece dos tenros anos do Mexias, ou Profeta das Massas (as que sabemos). 
A partir daqui, vamos encontrá-lo já adulto mas sempre fazendo «milagres». E cada milagre...


(continua no próximo Domingo)


Saturday, August 27, 2011

Os Filmes Catástrofe por Sir Frankie Goethe Wally Wood

Catástrofe de filmes seria melhor designação para um género de ficção que sempre considerei um sucedâneo do masoquismo. 
Observar cidades e metrópoles familiares submersas por vagas desmesuradas, atingidas por meteoros que abrem gigantescas crateras, ver como os seres humanos, finalmente reduzidos à sua insignificância e impotência são trucidados por ciclones apocalípticos, por tremores de terra que abrem brechas com a imponência do Grand Canyon, por incêndios que fariam de qualquer inferno sobrenatural uma fogueirita risível, observar o formigueiro humano na sua desvairada busca de salvação, assistir ao caos em escala e intensidade nunca vistas, sabendo que no fim, uma ou talvez mais famílias de «eleitos» conseguirá, graças a quase sobrehumanas capacidades, o que milhões tentaram em vão: sobreviver!
É caso para dizer: aniquilaram (ainda que simbolicamente) grande parte da humanidade e a isso chamaram entretenimento! 
Consta que também assim acontecia, nesse velho Império que cedeu os seus símbolos ao actual: a Águia, o Senado, os poderosos Tribunais, a Moeda Universal. 
E creio que sempre sucedeu com uma certa classe de indivíduos que, tendo todas as necessidades (as básicas e até outras) asseguradas e até dupla folga (a do tempo e a do dinheiro ) para o lazer, descobrem horrorizados o vazio das suas vidas, o tédio, a lassidão, as fobias, as paranóias, as neuroses.
Um amigo (de um País que muitos considerariam do terceiro mundo) dizia-me, com certeira objectividade, que a sua Township era pobre mas que as pessoas que lá viviam eram mais felizes do que os ricos: os meninos brincavam na rua, os amores eram fáceis, a solidariedade entre as famílias não era palavra vã. Os ricos, dizia ele, viviam em condomínios fechados, criavam filhotes de aviário e eram todos castrados emocionais, ineptos para viver no planeta real, sempre com medo de serem roubados, violados, raptados, assassinados.
E é aqui que entra a minha explicação para o sucesso dos filmes catástrofe.
Considero que aquilo a que chamamos civilização pouco alterou o bicho-homem naquilo que ele tem de mais básico e instintivo. 
Pela coerção (das normas Religiosas, primeiro, hoje das normas Legais) os seres humanos reprimiram muitos dos seus instintos, de facto, mas não os eliminaram. 
Eles regressaram e, como seria de esperar, fizeram-no com a força torrencial de tudo o que é reprimido e impuseram-se aos cidadãos amolecidos, entediados, decadentes. 
Constatamo-lo todos os dias, nos meios urbanos, observando a sofreguidão com que pacatos transeuntes acorrem aos lugares de acidente, dificultando muitas vezes o trabalho dos paramédicos, dos bombeiros, das polícias e de outros agente em missão de socorro. 
Uma qualquer urgência ou febre de sangue parece apoderar-se desses rostos afogueados que perguntam, com mal disfarçada excitação, pelos mórbidos detalhes do acidente: como foi, que carros e quem esteve envolvido, de quem seria a culpa e um ou outro prognóstico sobre o estado das vítmas: aquele talvez se safe, o outro já nem respira, um terceiro ainda vai vivo mas já não terá hipótese de resistir até ao Hospital.
Tudo, ou quase tudo, gente que se diz crente na Religião da Paz e do Amor (designação que cada uma delas atribui a si própria) e que afinal obedece a Leis que nunca ninguém ousou escrever, com medo do que sucederia se «as pessoas» soubessem!
E o que seria assim tão perigoso que as pessoas soubessem? que somos animais? que temos instintos? que esses instintos podem ser contrariados mas que há sempre um alto preço a pagar por isso, pois eles voltam sempre, com a força avassaladora das grandes torrentes?
Sejam quais forem as respostas (não as tenho), quero recordar um velho provérbio inglês: sê cauteloso no que desejas pois às vezes os teus desejos podem tornar-se realidade!
Ora ainda há coisa de 10 anos, uma pequena catástrofe se abateu sobre uma cidade famosíssima, derrubando duas torres imponentes. Pouco depois, na sequência de um furacão que ficou célebre (Katrina), uma histórica cidade do Estado da Lousiana ficou praticamente submersa. 
Não foram catástrofes com a dimensão que nos habituámos a ver nas superproduções Holliwoodescas, mas qualquer um pressente que para quem as viveu, o impacto foi terrível! Decerto essas pobres pessoas não comeram pipocas nem beberam refrigerantes enquanto olhavam, num estado de quase transe, o próprio Armagedeão ...

Hoje, dia 26 de Agosto, o corredor mais povoado dos Estados Unidos (o litoral Nordeste) vai estar em Estado de Alerta por causa da passagem do Furacão Irene. Cerca de 50 milhões de pessoas podem vir a sofrer, com mais ou menos severidade. a força destrutiva destes ventos e descargas de água, que poderá culminar em Nova York. Oxalá tudo corra pelo melhor: se já nem na ficção suporto assitir a estas «façanhas» imagine-se o que odiaria ter de ouvir os idiotas de costume perorar sobre essa escória do cinema, classificando-os de «filmes proféticos»!

Friday, August 26, 2011

CONSULTÓRIO DO SEXO: Pela Dra. M. Gustava de los Placeres y Morales

Boa tarde jeitosinhas e jeitosinhos. Ora bem, malta marota de todas as idades, sexos e condições, onde íamos? ah sim, tínhamos ficado na letra E, em erecção, não é verdade? eh eh eh ficámos em erecção uma semana? (ok, ok, foi uma piada fácil, prossigamos).

Frigidez- Disfunção sexual caracterizada pela ausência de prazer feminino quando não mesmo pela dor ou pelo desconforto associados ao acto. Pode ter várias causas, algumas de ordem física outras de ordem psicológica. Das mulheres que a sofrem, algumas recusam terminantemente relações que envolvam penetração, outras, apesar do desconforto ou da dor, quais votantes partidocratas empedernidos, continuam a insistir no doloroso acto, quem sabe se à espera do milagre. 
As mais afoitas procuram ajuda médica (eu já tive algumas clientes destas e garanto-vos que as senhoras sofrem). 
As outras, arranjam-se como calha. 
Uma que eu conheço safa-se até muito bem e é feliz, mas nem todas têm a sua sorte: tem um namorado escolhido a dedo e parece que é mesmo bom desse dedo pelo qual foi escolhido!


«G» (ponto) - Está para os apaixonados do sexo (homens ou mulheres tanto faz) como o Santo Graal para os místicos: sabe-se que existe, não se sabe bem onde está e todas (ou quase) as buscas, além de infrutíferas, revelam-se arriscadas, que os genitais femininos não são nenhuma gruta pronta a ser devassada por investigadores mais ou menos ineptos! 
Às senhoras que, apesar de ignorarem o seu ponto G se sentem felizes com as sensações que experimentam, aconselho a borrifarem-se no assunto. 
Aos parceiros dessas senhoras, aconselho que, caso tentem descobri-lo, não dêem demasiada bandeira nessa busca. 
Às que não têm uma vida sexual satisfatória, antes de se angustiarem com a localização exacta do ponto G, que vejam bem se o parceiro anda a fazer o trabalho bem feito. 
E às que nem sabem o que isso é, digo que não se preocupem: durante milénios ninguém suspeitou da existência de tal ponto mas isso não impediu gerações e gerações de mulheres de gozarem a coisa, algumas quiçá até mais que tantas modernaças informadas!


Heterosexualidade: atributo dos indivíduos que se sentem sexualmente atraídos por pessoas do sexo complementar (não gosto da palavra oposto, que aqui não há governos nem oposições). 
Há quem considere esta como a única opção sexual normal, sugerindo que a outra, de que falaremos depois, é anti-natura. 
Bom, como eu já disse muitas vezes, já vi mais bicharada em actos manifestamente homossexuais (macacos, macacas, cães. bodes, gansos, you name it!) do que a casar por igreja de véu e grinalda e nem por isso os humanos, não tendo na natureza de quem copiar o casamento, deixam de cometer esse acto temerário e absolutamente anti-natura que é o matrimónio.
Respeitando quem pensa o contrário, acho que se Deus quisesse mesmo que nos casássemos tinha feito a coisa de tal maneira que ficaríamos impedidos do acto enquanto não disséssemos o tal «sim» na Igreja! 
Como nada disso acontece e é sempre possível praticar sexo, indepententemente de se ser casado, solteiro, viúvo ou divorciado, vejo nisso a confirmação que Deus não faz questão de nenhum tipo de  formalidade para consentir QUALQUER união que seja decidida pelos dois (ou mais) protagonistas!


Homosexualidade: atributo dos indivíduos que se sentem sexualmente atraídos por pessoas do mesmo sexo. Famosa desde a Antiguidade, só no tempo do Cristianismo passou a ser encarada como sério desvio às normas sexuais, sendo várias vezes associado ao bestialismo, ao satanismo e a outros ismos pouco simpáticos. Apesar disso, nem nas épocas em que foi mais perseguida, a homossexualidade desapareceu do mapa: há registos que comprovam que a adrenalina do risco e o gosto do pecaminoso só servia para apimentar ainda mais a coisa! 
AH: E Papas, bispos e padres homossexuais sempre abundaram nas instituições religiosas: de Bocaccio a Virgílio Ferreira, uma multidão de escritores o denunciou em suas biografias (Hugo Kauss, James Joyce, etc, etc...). 
Os últimos escândalos só confirmaram o que há séculos se sabia, portanto!

Thursday, August 25, 2011

As Famílias Intriguistas por Lilith Lovelace

As motivações para armar intrigas podem ser muitas e variadas: desde o medo, à ambição, uma panóplia de sentimentos ou desejos podem servir-lhes de combustível. Se as que são suscitadas pelo medo (de perder algo, alguém ou a própria vida) podem ter atenuantes ou até ser absolutamente desculpáveis, já as que são provocadas pela ambição apenas mostram duas coisas:
a)  incompetência - efectivamente, os adeptos da intriga só conhecem uma forma de subir na vida: afastando outros, porventura mais capazes, do seu caminho. Sempre ouvi dizer que tais pessoas não iam longe pois tarde ou cedo seriam desmascaradas e punidas. Durante muito tempo acreditei nisso, eu própria. Hoje, olhando para o actual panorama social tenho muitas dúvidas que assim seja: mesmo se desmascaradas, a partir de um certo ponto, as criaturas intriguistas tornam-se inimputáveis graças ao terror que inspiram.
b)  cobardia. - toda a intriga é cobarde porque realizada nas costas das respectivas vítimas. O intriguista nunca se atreve a denegrir ninguém na sua presença: espera o momento oportuno para libertar o seu veneno e se confrontado nunca admite coisa alguma!
Na velha Florença dos tempos áureos havia, pelos vistos, dois partidos rivais que alternavam no poder e dividiam os florentinos: os Guelfos e os Gibelinos.  Não há notícias de que uns fossem melhores do que outros, nem nos feitos nem nos métodos. 
Dentro de cada um dos partidos formavam-se por vezes facções (sobretudo quando estavam no poder, que na oposição havia relativa convergência de interesses). A forma de proceder de uns e de outros era idêntica: tomado o poder, degolavam os inimigos, assenhoreavam-se dos seus bens e davam «caça» aos que, logrando escapar, se refugiavam noutras cidades-estado italianas. Disto sabemos, graças a Dante Alighieri e a Maquiavel, entre outros. 
A forma que usavam para conspirar e alcançar o poder baseava-se, em larga medida, na intriga: fazer circular boatos que denegriam a imagem dos homens poderosos e suas famílias, na esperança de provocar rupturas entre o inimigo, era então a mais popular das formas de «propaganda»  utilizada. Daí veio a expressão «conspirações florentinas», que ainda hoje se utiliza para designar certos ambientes políticos. 
O que importa neste caso é que muitos foram bem sucedidos nas suas intrigas, alcançaram o poder e depois vieram a perdê-lo pelos mesmos processos. 
Muitos outros falharam nos seus propósitos e foram executados ou exilaram-se. Um muito reduzido número de indivíduos conseguiu os seus intentos e manteve o poder conquistado, recorrendo ao terror desenfreado e paralizador. Em todos os caso porém, estas lutas determinaram a decadência de Florença e fizeram-na cair sob o jugo estrangeiro. 
Isto porque a intriga é um veneno que não se limita a aniquilar as suas vítimas ou alvos:  os seus efeitos estendem-se muito para lá da vida do réptil peçonhento que o destila, corroendo o tecido social até não restarem senão criaturas desprezíveis, putrefatas, todas merecedoras ( a crer-se nas intrigas) do pior que lhes possa acontecer. 
Tal descrença nas pessoas e nas instituições arrasta, mais tarde ou mais cedo, um nihilismo vingador que não hesita em «entregar» a sociedade inteira nas mãos dos candidatos a carrasco, mesmo se eles são estrangeiros, pois o ódio aos inimigos torna-se mais forte do que o amor a uma cidade, a um país, e até aos amigos e familiares!
Foi isto que determinou a queda de Florença nas mãos de Charles de Valois que tomou a cidade sem oposição digna desse nome, o que motivou a Dante o desabafo segundo o qual Florença se tornara num «ninho de malícia» (nido de malícia Inferno XV, 78) , numa cidade «lacerada» pelos partidos, levando-o a afastar-se inclusive dos seus correlegionários (Dante pertencera à facção dos Brancos Guelfos) chamando-os de «companhia pérfida e estúpida» (compagnia malvagia e scempia).
E decerto não é por acaso  que o autor da Divina Comédia «encontra» todos os seus conterrâneos, (os do passado como os seus coevos), nos vários círculos do Inferno, ainda que muitos deles não sejam culpados de mais do que a trivial má-língua: ele sabia dos nefastos efeitos dessa peçonha e antevia a justa punição da sua cidade, não por forças sobrenaturais mas pelo simples efeito de algumas acções conjugadas de forma assaz terrena!
Como não será por acaso que o nono círculo do Inferno de Dante, o Cocito ou Inferno Gelado, é consagrado aos traidores, aos que para se vingarem do inimigo, puseram nas mãos de estranhos o destino da sua própria Pátria!
Possamos nós um dia, como Dante,  sair deste Inferno para voltar a ver as estrelas!



Tuesday, August 23, 2011

História Universal da Cuskice pela Dra. G.A.G.A.

Joaquim Silva: - Dra Glória, continuando a nossa interessante conversa: falámos da mulher e do homem mais cuskados da História humana (Cleópatra e Alexandre o Grande, ver episódios anteriores, publicados às Terças feiras). Falemos agora do (e da) mais cusco de sempre. Quem foram, na sua opinião?

Glória d'Anais de Guerra e Antas: quanto à mulher fala-se de Pandora e de Eva, ou seja, da própria Mãe da Humanidade, cuja cuskice nos condenou às coisas que sabemos. Quanto ao homem fala-se de Prometeu, de Sísifo, de Adão, ou seja: há mais candidatos à nossa paternidade, enquanto espécie, o que nos dá uma ideia sobre de quem somos filhos. 
Mas estas entidades são míticas, carecem de provas reais de existência. Já gente como Salomé, por exemplo, parece que existiu mesmo e que além de grande cuska e de menina mimada, sentia grande atracção por marginais. Ao que tudo indica, um dos seus hábitos era visitar os prisioneiros nas masmorras de seu Titio, um tal de Herodes Antipas. 
Aqueles torsos nús e suados dos prisioneiros fascinavam-na, farta como andava dos cortesãos efeminados do papá. Perdia de tal forma a cabeça que se esquecia da sua condição de Princesa e lhes pedia beijos e outras malandrices, enquanto tentava informar-se das acções que os tinham levado à condenação.  
Agradava-lhe vê-los arfar de desejo, privados como eles estavam, de qualquer contacto humano. Só os olhos febris deles no escuro, bastavam para a excitar. 
Ora um dia, cuskando a menina no Átrio dos Carcereiros, soube que um tal de Baptista fora apanhado a chamar nomes muito feios à sua mamã, só porque ela traiu o seu papá, um tal de Herodes Filipe, para se amigar com o titio, Herodes Antipas, Rei da Judeia, como se a mamã não tivesse o direito de procurar um melhor partido para si e um melhor futuro para ela, sua filha, vejam lá! 
Essa figura hirsuta fascinava a garina que estava naquela fase juvenil em que os garotos usam serpentes, caveiras, correntes, punhais, morcegos e teias de aranha, para melhor demarcarem a sua individualidade dos totós que usam corações, símbolos da Paz e arco-íris. Habituada como estava a ser obedecida, logo arranjou maneira de ser conduzida ao seu calabouço e de ser deixada a sós com o eremita. O resto da história é conhecido: tendo levado a primeira tampa da sua vida, ficou de tal forma furiosa que pediu a cabeça do Profeta depois de uma dança que o titio aplaudiu com entusiasmo.
E assim, pode dizer-se que João Baptista foi vítima de um coktail de cuskices: começando pela sua própria (tinha alguma coisa que publicamente falar da vida alheia, chamando nomes feios à senhora Herodíade?) continuando na cuskice de Salomé (que estava curiosíssima de conhecer o gang do marginal) e terminando na cuskice do próprio Herodes Antipas, mortinho que estava de conhecer os mais secretos desejos da sobrinha!
No fim, creio que todos saíram algo decepcionados disto tudo: João Baptista deve ter amaldiçoado a hora em que falou em voz alta do que todos tinham por hábito sussurrar, que poucos são assim tão tolos a ponto de desafiar o destino. Salomé, arrependeu-se de ter pedido aquela cabeça piolhosa num prato: mais valia ter pedido um harém de escravos que ela escolhesse a dedo, segundo os seus gostos e critérios pessoais. Sempre podia estar com eles no seu próprio Palácio, sem ter de suportar o cheiro nojento das masmorras. E Herodes Antipas percebeu que já lá ia o tempo em que as meninas, quando ele se oferecia, agarravam a oportunidade com as duas mãos, a boca e o que mais tivessem para o «prender»!...

J.S.- Muito estranha toda essa história mas de facto é mais ou menos assim que ela nos chega narrada. Daqui se depreende, Dra. Glória que nem sempre a cuskice traz bons resultados...

Dra.GAGA- Claro que não, Joaquim: existe algo, neste mundo, que não tenha de acabar mal? a Cuskice pode dar algum prazer momentâneo ao indivíduo A ou B, mas no fim será sempre prejudicial ao alfabeto inteiro! Porque a sua maior glória (a da cuskice) é destruir o que ajudou a construir. Pela cuskice se constroem os mitos e pela cuskice se destroem os heróis que esses mitos pareciam perpetuar. Há quem viva desse duplo movimento: as revistas e outro material de fofoquice: erguem, à custa de intermináveis cuskices, os mitos que os leitores querem idolatrar. Quando pressentem que a personagem já não «rende», descobrem-lhe a careca e derrubam-na. Assim ganham das duas vezes: ao construir o mito e ao destruí-lo!!!

Sunday, August 21, 2011

O TE$TAMENTO VITAL- EVANGELHO SEGUNDO S. METEUROS

CONTEXTO DO TE$TAMENTO VITAL: MOMENTO HISTÓRICO E AMBIENTE SÓCIO-POLÍTICO - Ao contrário de outros Livros Sagrados de religiões vingativas que não vingaram,  estes textos não necessitam de ser martelados em nenhuma Igreja, Mesquita, Sinagoga ou outro Templo onde se preste culto a outros Deuses que não o omnipotente Todo Proprietário: mesmo sem nunca ninguém os ter lido, todos conhecem perfeitamente as suas Leis e sofrem, quando é caso disso, as consequências da sua mão pesada. 
Muitos dos que ainda não viram a Luz, acreditam, erradamente, que as sociedades Ocidentais vivem sob as Leis de um tal Messias que viveu há cerca de dois mil anos. 
Mas bastar-lhes-á ler estas linhas e que se questionem um pouco para concluir que estão errados.
Assim, tudo o que peço aos leitores é que comparem o mundo, tal como o conhecem, com os ensinamentos desse Messias e de seguida com os preceitos do meu Mexias. Se acharem que o mundo é um lugar de atrozes disputas, invejas, mesquinhez, ignorância e sobretudo quezília, quezília e mais quezília, então é Mexias o Mestre secreto, aquele que governa o Mundo. Já se acharem que o Mundo é um lugar de Paz, Amor e Harmonia, é porque o verdadeiro Mestre é outro gajo qualquer, podendo então bem ser quem se pensa que foi!
Mas passemos então ao primeiro dos Evigaristas, o grande S. Meteuros. 

EVANGELHO SEGUNDO S. METEUROS: A INFÂNCIA de JIZAS CRAIST (J.C. prós amigos)

Ora bem, nem pensem que vou aqui escarrapachar toda a genealogia de JC desde o início dos tempos porque senão não saía daqui e além disso há antepassados do moço que não se recomendam.  
Passo pois a relatar como aconteceu o seu nascimento. Naquele Tempo (que era dinheiro), havia uma moça de boas famílias, de nome Miraia que estava casada com o seu tio, de nome Jesó. 
Não vem aqui para o caso saber porque engravidou, embora se depreenda que tenha sido pelas razões de costume. Sabe-se porém que por volta do quarto mês, o ginecologista da rapariga anunciou o seguinte: «Acabo de ver na ecografia que vai ser um pilinhas. E dos hiperactivos, o crianço não pára quieto».

Ora a Reis, três irmãos solteirões encalhados, ao ouvirem isto pensaram que, sendo aquela família muito rica, a festa do baptizado seria sumptuosa e puseram-se a caminho, com a firme intenção de encherem a barriga à custa do erário público que, entre outras coisas, também sustentava as festas privadíssimas de uma certa élite que de nada se privava.
Enganados pela Agência de Viagens «Estrela do Oriente» que abriu falência deixando-os com três bilhete inúteis na mão, tiveram que calcorrear quilómetros até que finalmente chegaram ao « Estábulo» que era o nome do Restaurante de muitas estrelas, onde se celebrava o baptizado. No caminho compraram incenso para ofertar ao recém nascido julgando assim melhor poderem «penetrar» na festa. 

Fizeram mal, porque foi graças a isso que foram expulsos: o segurança que estava na recepção achou estranho três marmanjos entrarem só com um presente em forma de canudinho pequenino e quis saber do que se tratava. 
Foi o mais magro de todos que dava pelo nome Belochiar que tentou descalçar a bota:
- É uma caneta de ouro, para que o Mexias escreva as suas memórias, quando fôr adulto. Dessa forma, evita que mais tarde outros andem a inventar coisas da sua vida!
- Hummmm- desconfiou o gorila- achas-me parvo? isto é muito longo e fino  para ser caneta de ouro!
- M...IRRA! - quase asneirou Belochiar tentando logo de seguida compôr o ramalhete - mirra! sabes que às vezes o ouro mirra!
- Mirra? -indignou-se o matulão- nem sei o que isso possa ser. Mas seja o que fôr cheira a incenso rasca comprado na feira das pulgas! fora daqui! Já...mais depressa...corram...isso corram...olhem que vou atrás de vocês, ah ah ah!...
Nesse momento aproxima-se Oma Tarruano o chefe da equipa de segurança. 

-Quem eram aqueles trastes, Obru Tamontes? 
- Oh, são os Reis Magros, os mais famélicos e maiores penetras a Leste do Paraíso. Cobertos de pó como vinham, topei-os à distância. Como está a decorrer a festa, chefe?
- Sabes como é esta malta rica, pah - respondeu o outro encolhendo os ombros -  nunca estão felizes com nada: têm ali uma festa de arromba, já actuaram os «Pastores» e o «Coro dos Anjos», já foram servidas iguarias tão raras que são mais desiguarias, já emborcaram vinhos, champagnes e uisquies do melhor que há, mas mesmo assim estão chateados porque Erodes, o nosso manda-chuva, alegando afazeres de Estadão, mandou um secretário dele em vez de vir pessoalmente !...




Friday, August 19, 2011

Consultório do sexo pela Dra Maria Gustava de los Placeres Y Morales

BOA TARDiiiiiiNHA marotas e marotos de todas as cores e condições. Ora continuando sem mais delongas (O Joaquim Silva já está a olhar para mim com a mesma cara que as agências de rating olham para as dívidas soberanas, ou despacho isto ou ele põe-me no lixo) . 


Ora então: Abecedário do Sexo. íamos então na letra C, não era? prossigamos:

CHATOS - São criaturas que vivem à custa do bem-estar alheio. Apanham as pessoas num momento de feliz e íntima distracção, colam-se-lhes e não as largam mais, senão com métodos radicais. É sempre muito mais fácil do que se pensa ser-se vítima deles e muito mais difícil do que se imagina eliminá-los. O melhor portanto, é evitá-los. Como? como se evitam outras desagradáveis faunas da Zoologia venérea: não indo a lugares púbicos (não, ninguém gamou o L) demasiado frequentados.

DILDO- brinquedo sexual de forma e cores variaveis que pode ser encontrado em qualquer sex-shop ou comprado com porte pago e entrega sigilosa ao domicílio, depois de encomenda feita na rubrica «massajadores de pele» das revistas femininas. Deixo aqui um resumo dos vários tipos:
O ARTESANAL: Há muitos e de variados tipos mas não são recomendáveis garrafas, nem outros objectos que possam criar vácuo. Certos vegetais de forma fálica podem ser seguros, desde que quem os usa não sinta que está a ter uma vida sexual vegetativa.
O CLÁSSICO: é o que mais se aproxima, em forma, cor e textura, do pénis humano, sendo o preferido das mulheres (e também de alguns homens) que gostam de alguma ligação com a realidade e que gostam de ter os olhos bem abertos na altura do ai-meu Deus!
O PIMBALHÃO: Alguns têm luzinhas que piscam formas e cores exóticas. Cheio de efeitos especiais, foi mais concebido para dar nas vistas do que para dar onde devia dar!
O HIGH-TEC: Este não está ao alcance de todas as bolsas: tem várias velocidades que se podem regular e até simula a ejaculação, no momento escolhido por quem o manuseia! tal como o instrumento natural no qual se inspira, este apetrecho necessita de recarga após cada uso (o reservatório  é pequenino)
O DISSIMULADO : Este é o oposto do CLÁSSICO: tudo nele foi concebido para não recordar a ninguém o órgão humano cuja função pretende substituir. Presume-se que seja recomendável a quem não goste de se lembrar do que está a fazer...
O FRENÉTICO : Há-os de todas as formas e feitios porque aquilo que o distingue dos outros é a potência. Refiro-me à potência eléctrica, é claro. Incompatíveis com a normal corrente eléctrica doméstica, convém ligá-lo a uma Trifásica, sem o que o quadro eléctrico irá decerto abaixo. Caso o quadro se aguente, será quem o manuseia quem corre o risco de ir abaixo. É conveniente desligar, se começar a deitar fumo!

ERECÇÃO: Acção de ficar de pé, na vertical, estado esse que alguém pouco rigoroso associou ao membro masculino quando excitado. Na verdade, ele não fica de pé mas de esguelha, segundo um ângulo que nunca me dei ao trabalho de medir porque nessas alturas tenho sempre mais que fazer. 
Para a população masculina do Planeta, a erecção está para o sexo, como as Obras Públicas estão para as Empresas Privadas que financiam os Partidos: sem uma coisa não existe a outra.
Alguns pândegos da mais moderna sexologia garantem haver indícios de vida heterossexual masculina para além do pénis e ameaçam mesmo pô-la a descoberto. 
Espero que o façam e que de preferência comecem já a informar os principais interessados pois eles parecem não se dar conta de tais possibilidades: é que eu, que sou MULHER E MUITO MULHER estou fartiiiinha de receber, nas minhas várias caixas de correio, as electrónicas incluídas, propaganda a essa multibilionária empresa farmacêutica e à sua milagrosa pílula da juventude (ah ah ah), o famosíssimo VIAGRA!

Thursday, August 18, 2011

Os Galos Presumidos por Lilith Lovelace

Preso no seu exíguo galinheiro, havia um certo galo megalómano que vivia convencido que o Sol só nascia porque ele cantava. 
Sem nunca ter feito a prova do que sucederia se um dia não cantasse,  tomava por seguro que o seu canto assegurava a dupla movimentação da Terra e o ciclo das estações. 
Incapaz de ler a realidade sem lhe justapor a grelha da sua gaiola, dividia os seus congéneres por cores: ele era branco, outros eram amarelos, pretos, castanhos. 
E fazia questão nessa distinção da cor das penas, revoltando-se contra os seus congéneres que não valorizavam esse aspecto da fisionomia dos galináceos. 
Não sabia o pobre que, de certa forma, a indiferença dos outros quanto à cor das penas até o beneficiava.  Porque nem ele era tão branco como pensava, nem os outros tão escuros como ele os via.
Noutros galinheiros, não faltavam galos que, sendo muito mais brancos do que ele, eram igualmente daltónicos e, caso o avistassem, não hesitariam em considerá-lo um galo negríssimo! e a má notícia era que bastantes, de entre esses galos branquinhos como a neve, partilhavam da sua visão obsessiva sobre os galos negros. Com a agravante de ainda serem mais violentos que ele.
Até ao momento, o galo em causa está seguro: no seu galinheiro ainda há coisas mais importantes que a cor das penas. 
Mas ele trabalha afanosamente para que a cor das penas seja o critério número um. Para o dono do galinheiro é indiferente: quando finca o dente numa tenra coxa de frango, nem se lembra que o bicho já teve penas, quanto mais da cor delas!
Mas para a sobrevivência de cada galináceo da capoeira, não é assim tão indiferente o que cada um pensa da cor das suas penas. Se um dia o Galaró convencer os seus pares das suas desrazões, isso bastará para que alguns sejam impedidos de aceder à sua ração diária, levando umas bicadas sempre que tentem aproximar-se! 
Ora todos sabemos que o dono anda sempre de olho no  galinheiro e sabe que galináceo ostracizado é galináceo morto. Como não gosta de prejuízos, havendo um galináceo ostracizado, aplica-lhe a eutanásia e  a isso chama jantar!
Não sou mazinha e por isso desejo que este galo nunca consiga impor a sua visão ao resto dos seus domésticos congéneres: se um dia tal acontecer, pode bem acontecer que os outros também passem a reparar bem na cor de suas penas. 
E como nestas coisas os galináceos não são muito diferentes dos humanos, cada olhar é um olhar o que significa que cada franganote também só vê as cores que quer ver, podendo até ver cores que nem lá estão! 
Dir-me-ão que estou a baralhar galináceos e humanos, num grande exercício de daltonismo. Será justo, mas tenho visto churrascos de carne humana em que o ´«virador da grelha» tem mais ar de galináceo negro (o capuz de carrasco ajuda), do que o desgraçado que assa nas brasas, a quem nem mesmo os estertores do sofrimento logram arrancar o mínimo pedaço da sagrada e inviolável dignidade humana!

Wednesday, August 17, 2011

Os «Razíadas» por Luís Vaz de Cá, Canto Quinto, Estr. 5 a 9

5 - E eis que os tiranos já tremendo
Pelo mal que inda hão-de fazer
Vão já aos soldados prometendo
Nas congeladas carreiras remexer
O congelado status derretendo
Que nada custa uns tantos promover
( Estando-se em tempos de despromoção
Maior dos servos se faz, a gratidão )


6 - Sublevem-se doentes, enfermeiros:
Nada terá de extraordinário
Sublevem-se profs e bombeiros
Que com isso pode, o salafrário
Sublevem-se escravos e tarefeiros
Ou qualquer outro humano excedentário
Mas não se revolte quem o poder
Traz seguro, até quando o entender


7 - Prepare-se um plano de engorda
Para oficiais de alta patente
Se ainda assim o povo não acorda
E ressona,  alheado e indiferente
É porque de certa forma ele aprova
Um defensor obeso e indolente
Em tudo feito à sua semelhança:
Birrento e mole, como uma criança


8 - E enquanto, assim, com todos gozam
Os crápulas, que vendem a Nação
Já seus escribas, salivando glosam
O mérito, a classe e a erudição
Dos meninos de ouro que posam
Prós pasquins e canais de televisão
Enquanto liquidam o seu País
De ânimo leve e expressão feliz


9 - E se a isto chamais, democracia
Conhecendo-lhe bem o significado
E cuidais que por  passe de magia
O Real se torna no Designado
Sabei que vos designo epidemia
E de vós já bem imunizado
Darei a outros minhas receitas
Pra exterminar de vez vossas maleitas!



















Tuesday, August 16, 2011

Se a mulher mais cuskada do Universo foi Cleópatra, quem foi então, Dra Glória, o homem mais cuskado do de toda a História da humanidade? 

- Sem dúvida Alexandre o Grande, Joaquim e isto desde que ele era Alexandrinho o pequenininho ou o Xaninho, prá sua mamã. Não há nada, muito menos da vida íntima que dele não se saiba: que dormia com homens e como eles se chamavam, que apanhava borracheiras de sarcófago à cova (não havia caixões) e conhecem-se quase todas as réplicas que o moço deu a quem o abordou, o seu gostinho por Princesas Asiáticas, as suas peripécias quase todas na longa marcha que o levou quase às portas da Índia. O homem devia andar tão ocupado com a sua vidinha cheia que nem deu conta do que dele então se dizia ou então deu e, como todos os grandes de alma, nem se incomodou muito com isso. Mas como tal aconteceu com Cleópatra, a cuskice sobre a vida dele não parou com a sua morte: os Historiadores continuaram, muitos séculos depois, a desenterrar todo o tipo de rumores sobre as suas muitas aventuras. Recentemente, li artigos de especialistas que juravam a pés juntos que o moço morreu de malária, por estar na zona da doença, não ter imunidade a ela e saber-se que teve grandes febres, portanto até da sua morte se quer saber com exactidão. 

- Mas a cuskice sobre personagens mais recentes não será maior? refiro-me por exemplo a Napoleão e a Hitler. que já motivaram milhares de biografias...

- E daí, Joaquim? o que importa não é tanto quantos lêem as biografias dos cuskados (ou dizem que lêem) mas saber até que ponto esse fascínio sobrevive ao tempo e aí, o Xanito, tem todas as condições para bater esses dois reles imitadores: ele morreu vencedor ao passo que os outros são «loosers»! só isso bastará para atrair sempre mais atenções porque a malta há-de querer sempre saber o que é que ele tinha, que os outros não tinham para, com um punhado de serranos que eram os seus Macedónios, ir por ali fora, de rompante, com licença que isto é tudo nosso, dando valentes coças a exércitos Imperiais, sobrevivendo a ciladas , traições e à vontade de encostar à sombra que aqueles climas sempre dão...

- Então a História é como o futebol? o que conta é o resultado?

- Claro que sim! que História reza dos fracos? nenhuma! nem dos fortes aliás, porque a História não reza, só se confessa.  Tenho visto muita gente dada a rezas que gosta de contar Histórias mas isso é diferente. 
A História enaltece e sempre há-de enaltecer os fortes porque não há maiores cuskos e órfãos de grandes feitos que os historiadores.
Sei disso muito bem porque sou eu própria uma Historiadora eh eh eh!


Monday, August 15, 2011

Este livro que despejo por António Aleijo




Dizem que o Possas Fedelho
lá prós lados do Pontal
falou ao seu povarelho
do que ele quer pra Portugal


Que vai ser ambicioso
e cortar bem na despesa
(ambição ou puro gozo?
que mais resta, à pobreza?)


Por quem come à tripa forra
pede inda esse sujeito
não tire o povo desforra
do mal que lhe há-de ser feito!


Sem que lhe trema a voz
chega ao ponto de dizer
que o Mundo olha pra nós
e vê com olhos de ver


O que pensa um microfone
que amplie tais desatinos?
será o Mundo  mirone
ou somos nós muito lindos?


Andará o mundo tonto
por efeito da rotação
que tenha chegado ao ponto
de tal alucinação


Que já veja, aqui e agora
a natureza espectral
de um país que se ignora
mas que se quer crer real?


Ò fantasma, cujo orgulho
te fez triste, entre os mais tristes
faz se quiseres, barulho:
há provas que não existes!

Sunday, August 14, 2011

OS 10 Mandaventos do Grande Mandachuva

Fieis seguidores deste $AGRADO LIVRO: finda, no último Domingo, a saga do Testamento Póstumo, antes ainda de entrarmos no Testamento Vital, vamos recordar-vos, em súmula, as Leis que nos foram legadas (a uns  em forma de Tábua Rasa como o ventre da Pamela Anderson no tempo das «Marés vivas», a outros em forma mais volumétrica, como os airbags 80% silicone da mesma actriz, na gloriosa época em que ainda dispensava as bóias de borracha insuflada. 
Como estes são versículos importantes e sábios, pedi ao exegeta Dr. Khaba Lista que orientasse a leitura dos fiéis, não porque eles sejam burrinhos, coitadinhos, mas porque estas coisas requerem sempre uma orientaçaozita dos Grandes Mestres (que somos nós, os que mais do que possuírem Fé, já possuem artes de atrair as Fézadas!!!
Aqui vão pois eles, sabendo-se que foram recolhidos num Monte, longe da cuskice de todos, por Maizés, por sinal nos Sinai, enquanto no acampamento cá em baixo, no desértico sopé daquela Terra inóspita e violenta (mas mesmo assim dita Santa), alguém organizava uma colecta de ouro para fabricar um famoso ídolo quadrúpede. Ingénuas gentes essas, que adoravam bezerros de ouro: hoje adora-se sim o ouro dos bezerros eh eh eh...




1º - NÃO RESUMIR A VIDA AO  DINHEIRO
comentário: efectivamente, há outras coisas que devemos valorizar nas nossas vidas: os cartões de crédito, os cheques, as propriedades, a «in-side» information, as oportunidades de bom negócio, e tantas outras delícias materiais...

2º -NÃO ROUBARÁS (EXCEPTO QUANDO NINGUÉM ESTÁ A VER)
comentário: Este é um mandamento difícil porque exige de nós uma grande e constante atenção ao próximo e até ao afastado: não esquecer que hoje os estabelecimentos públicos e até alguns privadíssimos têm câmaras de videovigilância
3º - NÃO LEVANTARÁS FALSOS TESTEMUNHOS SEM MULTIBANCO OU COM CHEQUE CARECA!
comentário: Eis um erro terrível : A única coisa que se levanta nos Bancos é dinheiro e mesmo isso está cada vez mais difícil porque mesmo aí começa a ser escasso!
4º - NÃO HONRARÁS OS TEUS COMPROMISSOS, A MENOS QUE TE POSSAS LIXAR POR ISSO!
comentário: Eis outro Pecado Capital. Quem paga as suas dívidas antes de ser visitado por alguém que use argumentos de FORÇA MAIOR  está a tirar emprego a muita gente que não sabe fazer mais nada!!!
5º - NÃO FARÁS PUTO DURANTE SEIS DIAS E AO SÉTIMO DESCANSARÁS!
comentário: Se os humanos tivessem sido feitos para o trabalho, este não os cansaria tanto! Alem disso, o trabalho nunca enriqueceu ninguém!
6º - NÃO AMEAÇAR NINGUÉM EM VÃO
Comentário: Quem assim procede não só perde credibilidade como se arrisca a que o ameaçado leve a coisa a sério e lhe parte os dentes ou a prótese! 
7º- GUARDAR BEM A CASTIDADE DOS E DAS  MENORES A NOSSO CARGO
comentário: A lei é bem clara nesse aspecto: até aos 18 (nuns Países) ou 21 (noutros) os Pais ou tutores da garotada é que vão ter de sustentar os netos! (quando não mesmo de cuidar deles, não vão as meninas e meninos confundir o bebé com um Nenuco ou um Action-Man)
8º- NÃO COBIÇAR NADA EM VOZ ALTA
Comentário: É sempre prova de grande estultícia, por duas razões: pode chegar aos ouvidos do dono que assim passa a estar precavido dos nossos desejos, ou pode chamar ainda a atenção da cobiça de terceiros (e quartos e quintos e por aí fora) que sejam ainda mais competentes que nós na arte de se apropriarem do alheio!!!
9º - GUARDAR BEM AQUILO QUE É NOSSO (E ESTAR SEMPRE DE OLHO NO ALHEIO)
Comentário: Outro ganda Mandavento: afinal de contas temos dois olhos e podemos especializar um em cada coisa, certo?
10º - NÃO FAÇAS POR OUTROS O QUE BEM SABES QUE ELES NUNCA FARIAM POR TI!
Comentário: É que além de passares por Otário, eles habituam-se e alguns até se tornam mais exigentes no que te passam a pedir!

Chegados a este ponto, convém dizer-vos que este Livro foi titulado como está titulado por puro golpe de Marketing:  tal como outro, quase homónimo deste, há muitos mais mandamentos do que os sempre citados Dez. 
Só que não faria sentido nenhum utilizar uma cifra estapafúrdia. Assim como assim, um número redondinho como o 10 sempre é ordeiro e maneirinho, assustando menos os que já não têm grande cabeça para estarem a memorizar coisas, ainda por cima sendo elas obrigações ou deveres!
Eis pois mais alguns, que se prendem com Leis relativas a Escravos e suas Proles, que serão os nossos Escravos de amanhã!.

11º - SE NÃO TIVERES MAIS NINGUÉM COM AS SUAS COMPETÊNCIAS, NUNCA MALTRATES UM ESCRAVO EM DEMASIA!
Comentário: Após algumas observações e experiências científicas, concluiu-se empiricamente que um escravo debilitado por castigos (fome, sede, ameaças, espancamentos e simulações de execução) rende menos! 
E os custos da boa formação especializada, hoje em dia, andam pela hora da morte! Por essa razão, como temos vindo a verificar, alguns Países ditos ricos (mas mais tesos que um carapau congelado), preferem importar escravos já especializados de outros Países ditos pobres (mas que produzem para si e ainda para exportar para os ditos ricos) que têm um sistema de adestramento e domesticação da besta humana reconhecidamente superior, por terem uma escola de domadores com milénios de tradição.
12º - NÃO QUEIRAS TER ESCRAVOS PARA TODA A VIDA
Comentário: É que eles envelhecem e a partir de uma certa idade passam a dar mais despesa do que lucro!
13º - NÃO COMPRES UM ESCRAVO DE ALTO CUSTO E RENDIMENTO SÓ PELA APARÊNCIA
Comentário: Convém sempre mandar fazer-lhe exames médicos porque às vezes quem vê caras não vê ataques cardíacos nem AVC's.
14º - LEMBRA SEMPRE AOS ESCRAVOS OS DRAMAS DOS SEM-PATRÃO!
Comentário: Vale sobretudo para os países que não pagam subsídio de Desemprego, que hoje em dia são quase todos!
15º - ENCARREGA-TE  SEMPRE DA EDUCAÇÃO DOS FILHOS DOS ESCRAVOS!
Comentário: Este Mandavento é cristalino nas suas intenções: se não o fizeres, corres o risco da garotada vir a ser um dia mais informada e culta que os respectivos progenitores!
16º - SE NÃO TIVERES INTERESSE EM MANTER UM ESCRAVO E NÃO O CONSEGUIRES VENDER, MUDAS-LHE A DESIGNAÇÃO PARA «DESEMPREGADO» E PÕE-NO A ANDAR
Comentário: Hoje em dia é muito fácil, barato e dá milhões de indivíduos mortinhos por arranjar um amo, coisa que só os desvaloriza como produto!

E por hoje ficamos por aqui, não porque não haja mais mas porque, se eu vos digo tudo, ficam a saber mais do que eu (o que não teria mal nenhum se eu também não soubesse que, pela vossa intrinseca natureza humana, corria o risco de um dia me passarem a perna!)


 Saudações Domingueiras!!!

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Viseu, Beira Alta, Portugal
autor satírico, cartoonista pseudónimo de António Gil, Poeta e Ficcionista, Não sectário, Agnóstico, Adepto Feroz da LIberdade de Imprensa e de Opinião...

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