História Universal da Cuskice - pela Dra. Glória d'Anais de Guerra e Antas

- Dra Glória: já vimos o papel que a Cuskice desempenhou na invenção e desenvolvimento das artes, da escrita e da aritmética. Já só lhe falta dizer que também nas diversas Religiões ela desempenhou papel fundamental. Chegará a Dra. ao ponto de defender tal coisa?

- Mas é claro que sim, Joaquim Silva. Comecemos pelas Religiões Politeístas, que foram as primeiras.  Qualquer mitologia, seja arcaica ou clássica, o comprova. Pense-se nisto: quando um qualquer Deus ou Deusa, descia à Terra para seduzir as gajas boas e os «garanhões» que por cá pululavam, que faziam? disfarçavam-se de mil e uma coisas, certo? de touros a bodes, passando por simples mortais, não havia estratagema a que não recorressem para seduzir as cachopas e os mocinhos mais apetecíveis que habitavam este Vale de Alegrias, de acordo?.

 Ora bem, Joaquim, porque acha que Eles e Elas actuavam dessa forma? achará o meu amigo que lhes era desvantajoso apresentarem-se como Deusas e Deusas? ora não me faça rir! se até os mortais não desdenham de mostrar as suas posses e talentos para lograr atingir os seus objectivos neste campo, que faria Um Deus ou uma Deusa, que por definição tem sempre muito mais Beleza e Poder do que os (e as) Magnatas do dinheiro e da Beleza deste mundinho?

Não é óbvio que, se eles se davam ao trabalho de se disfarçar, com isso pretendiam apenas evitar ser alvos da cuskice alheia? qual cuskice? Pois da dos outros Deuses, Deusas mas também (e não menos temível) a dos mortais de ambos os sexos! 

  Decerto que tais argúcias jamais lhes serviram de nada pois que sempre se veio a saber de tudo! a Cuskice está em toda a parte, no Olimpo, no Céu como na Terra! E as historietas antigas bem o provam, ou alguém ignora quem era o Touro que violou a Europa, quem era o Pai de Hércules ou quem engendrou o Minotauro? tudo se veio a saber, apesar das artimanhas, ou não?. 

  Falemos agora das religiões Monoteístas, que se desenvolveram apenas e só graças à cuskice. Como começaram elas (as três mais conhecidas, que são as que mais seguidores têm, actualmente)?. 

  Ora bem, todas começam com um qualquer maduro que vai para o Deserto e vem de lá com historietas inacreditáveis, não é verdade? Se bom senso houvesse, as pessoas que ouviram estes delírios sobre sarças ardentes, anjos anunciadores, camelos voadores e outras patranhas do mesmo quilate, atribuiriam estas visões ao sol que os putativos profetas apanharam na mona, durante o tempo em que andaram a espremer cactos e a alimentar-se de insectos repugnantes. 

  Mas não foi isso que aconteceu, pois não?. Todos  (bom, quase todos) acharam que se estava diante de revelações magníficas, decerto segredos com algo de verdadeiro (quem se exporia a tal ridículo sem que nisso houvesse algo de substancial?) e logo começaram a espalhar a palavra, mesmo sem jornais, revistas, rádios ou t.v.'s!. 

  Por outro lado, que raio de Deus omnipotente, omnipresente e omni-tudo, precisaria de se anunciar a uma só pessoa, se não soubesse que essa pessoa ia dar com a língua nos dentes? vou colocar a questão nestes termos: qualquer Deus com tantos talentos como o das Religiões Monoteístas teria facilidade em reunir toda a gente e fazer-lhes um anúncio inequívoco, que todos vissem e que ninguém pudesse questionar! e a quem questionasse, zás, aqui vai raio fulminante, para aprenderem a não pôr em causa a Palavra do Big-Boss, o que constituiria decerto, uma lição que todos recordariam, pelo menos por algum tempo. 
  Só que esse tal Deus não é tão totó assim e, em vez disso, preferiu atrair um alucinado qualquer ao Deserto, fazê-lo ter visões do arco-da-velha e sussurar-lhe baixinho ao ouvido: «agora vê lá hein? isto fica entre nós, ok? nem uma palavra sobre o que acabas de ver e ouvir, está bem?.» 

  E Porque agiu assim o Todo-Poderoso? porque sabia bem que, mal regressasse à sua comunidade, o tipo não ia calar aquela matraca e ia contar, tintim por tintim, tudo o que tinha visto e ouvido, e até inventar, quiçá, mais pormenores, só para impressionar toda a família, os vizinhos e outros cuscos! 

  E um tal Deus faria isto, não só para poupar trabalho, mas também porque sabia que assim seria bem mais eficiente do que apresentar-se diante de todos e dizer logo quem era e ao que vinha! 

  Porque neste segundo caso, Ele, Deus, bem sabia que, com a memória de galinha que caracteriza a maioria dos hominotes, no dia seguinte já teriam esquecido tudo, os seus mandamentos à cabeça, porque estas criaturas só recordam o que lhes dá jeito!    
 Portanto, o melhor foi mesmo seguir a estratégia da cuskice, que era remédio santo para divulgar a sua mensagem e evitar que a coisa caísse no esquecimento, o que o obrigaria a voltar vezes sem conta para refrescar a memória dos recalcitrantes.

  Desta forma a sua mensagem difundiu-se, não só ao longo do Espaço como ao longo dos Tempos, sem ter de andar sempre a repetir o mesmo e sem ter de andar sempre a aplicar castigos porque, parecendo que não, castigar também cansa. 

  Que o digam os pais das novas gerações que tantas vezes desistem de educar os seus filhos só para não terem de andar a repetir sempre as mesmas coisas!. 
  Portanto, que a cuskice teve um papel predominante no aparecimento e divulgação de todas as Religiões e isto só não vê quem não quer!

 E note-se que, para não ferir aqui susceptibilidades, nem refiro aqueles rumores sobre quem foi (ou não foi) o Pai de uma certa criança, supostamente nascida de uma Virgem, história essa que, pelo nível de maledicência que decerto provocou na altura, desempenhou, sem dúvida, o seu papel na divulgação da religião a que o menino deu origem!

  Ou aquela outra história de saber se um tal caixeiro-viajante, que deu origem a outra dessas Religiões, tinha ou não o hábito de fugir para o Deserto só para se livrar da sua esposa que tinha mais vinte anos do que ele, e que o vigiava constantemente para verificar se ele não andaria metido com as garotas lá do burgo.

  Ou a outra história, ainda mais antiga, de um filho adoptivo do Faraó que fugiu para evitar ser preso pelo assassinato de um egípcio que contou uma anedota racista sobre o seu povinho de origem!

  Há alguma dúvida sobre toda a cuskice que envolve todas as Religiões? mas como pode haver, ò homens de Deus? está tudo nos livros que uns e outros escreveram para que nunca mais ninguém deixasse de contar as peripécias que envolveram Mestres, Discípulos e Perseguidores dessas crenças, expondo diante dos olhos de todos as vicissitudes, incongruências e demais pormenores ridículos de cada um! 

  Tanto assim é que ainda hoje se fala nisso, bolas!

Links importantes para a luta que travamos (especialmente para os amigos que não estão no Facebook)

Este é o país em que um senhor que vive numa casa de milhões na Quinta da Marinha não tem, conclui o Tribunal, bens para ser penhorados.

Este é o país em que um burlão condenado que, além de muitos outros, roubou um clube de futebol, foge para Inglaterra onde tem uma vida santa entre as 5 estrelas e a impunidade.

Este é o país em que um indivíduo gravado a tentar corromper é obrigado a pagar uma multa mixuruca e quem o denunciou às autoridades muito mais.

Este é o país em que o banqueiro que arruinou uma instituição e, com ela, as poupanças de tanta gente, publica um livro autobiográfico sobre a sua excelência profissional.

Este é o país em que o edifício da PIDE, que deveria ser preservado como memória de um tempo terrível, à porta do qual pessoas foram assassinadas no último desespero da ditadura, é hoje um condomínio privado de luxo.

Este é o país onde um actor que plagiou um filme e dele fez uma peça de teatro de sua ‘autoria’ continua a ser requisitadíssimo como se nada fosse.

Este é o país no qual dirigentes desportivos escutados a combinar resultados e chantagens se mantém na plena posse das suas funções.

Este é o país onde um processo de crianças violentadas, uma ignomínia que a todos deveria envergonhar, demora anos a ser resolvido - e ainda aguardamos.

Este é o país que, tendo uma das maiores reservas de ouro mundiais bem como uma das maiores Z.E.E., recorre pela 3ª vez à versão planetária da esmola.

Este é o país que volta a registar uma vaga de emigração entre os seus jovens enquanto imigrantes são recrutados para agitar bandeiras eleitorais a troco de comida.

Este é o país no qual nenhum criminoso do fascismo cumpriu pena enquanto heróis da revolução morreram no esquecimento, penúria ou ambos.

Este é o país onde um boy do poder registado a tentar manipular órgãos de comunicação social sai de uma empresa estatal com uma indemnização milionária.

Este é o país onde presidentes de Câmaras municipais a braços com a justiça não suspendem funções.

Este é o país no qual as florestas ardem, as filas de espera na Saúde aumentam e os preços disparam.

Este é o país no qual classes profissionais saem à rua quase por inteiro em protestos sucessivos - e em vão, fazendo crer que a nossa democracia já praticamente só o é de nome. Resta construir um ‘manifestódromo’ e cobrar bilhete.

Este é o país em que, a pouco e pouco, jornais vão fechando – e os raros que não pertencem a grupos económicos são alvo de fiscalizações e providências cautelares.

Este é o país em que empresas num factual regime de monopólio no sector pagam obscenidades como ‘prémio’ aos seus administradores, a terra onde políticos acumulam pensões e governantes saem dos cargos de serviço público para entrar nas chefias do sector privado.

Este é o país onde o enriquecimento ilícito… não é crime.

Este é o país onde quem manda ignora uma figura como o Dalai Lama enquanto se passeia de braço dado com personagens como Khadafi ou Chávez.

Este é o país onde o Presidente da República desconfia que lhe violam o correio, o Procurador-Geral da mesma acha que lhe escutam os telefonemas e conversas suspeitas entre altas figuras do Estado são mandadas destruir sem mais, desautorizando juízes e procuradores – que deveriam ser sinónimos de independência.

Este é o país que forma doutores e engenheiros para o desemprego enquanto desertifica o seu interior, deixa terras férteis ao abandono e esquece aquela que é provavelmente a sua maior riqueza, e sempre foi – o mar.

Este é o país onde, apesar da maior recessão na história da democracia, o TGV avança. Como?

Este é o país no qual, apesar dos estudos que comprovam e quantificam a sua importância no PIB, o apoio à Cultura tende a extinguir-se.

Este é o país onde um primeiro-ministro desistiu, outro decidiu trocar o cargo por um de maior ‘prestígio’ e um terceiro lá chegou sem ser eleito.

Este é o país cuja esmagadora maioria das suas grandes personalidades… não vive nele.

Este é o país onde os trabalhadores a recibo verde pagam impostos, segurança social e, em troca, não têm 13º mês, subsídio de férias, seguro de saúde, perdão… podia ter poupado tempo e palavras ao leitor: de retorno recebem NADA.

Este é o país onde o primeiro-ministro, envolvido num corropio de manchetes obscuras, desacreditado por promessas mirabolantes não cumpridas, enredado em comprovadas e repetidas ‘inverdades’ (como tanto se diz na gíria política) ainda colhe, segundo as sondagens, as intenções de voto de um terço dos eleitores.

Este é o país que dia 5 de Junho volta às urnas. Parafraseando Jorge de Sousa Braga, este é o país que – apesar do escriba ter 33 anos – ‘me faz sentir como se tivesse 800’. Seremos demasiado resignados, velhos ou fatigados para mudá-lo?

Com a devida vénia ao autor do texto, Luís Filipe Borges, revista TABU (semanário SOL), 

http://www.tvi24.iol.pt/aa---videos---sociedade/acampados-rossio-espanha-protesto-manifestacao/1256718-5795.html
http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm
http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=20225
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=486483
http://octopedia.blogspot.com/2011/05/demolicao-controlada-da-economia.html
http://www.youtube.com/watch?v=tSukOWr1_vw&NR=1
http://www.youtube.com/watch?v=MzdoKfX0Izc&feature=related

ACAMPADAS em LISBOA e PORTO: Apoio do GRUPO 1 MILHÃO

Amigos: porque a hora tem sido de luta, tem-me faltado o tempo para escrever os artigos habituais. Enquanto não regresso à galhofa de costume deixo aqui um apelo a que se juntem a estas iniciativas. Obrigado!

O Grupo 1 Milhão na Avenida da Liberdade pela Demissão da Classe Política vem, por este meio, reafirmar total apoio e solidariedade com as iniciativas «Acampada Lisboa» e «Acampada Porto», por todas as razões que têm vindo a ser expostas na página do Facebook com o mesmo nome, e ainda mais algumas, a saber:

1- Não vislumbramos, no quadro político actual, qualquer saída para a situação criada pelos Partidos do chamado «arco do Poder». 

2- Não acreditamos que, da parte de outros Partidos hajam meios e/ou vontade de alterar esta mesma situação

3- Não confiamos naquilo que alguns designam por «Forças vivas da sociedade»: Bancos, Grandes Empresas, Fundações e outras Instituições são tão responsáveis pela situação em que nos encontramos como a própria classe política, porque a alimentam, a financiam e dela exigem as conhecidas contrapartidas

4- Não temos qualquer esperança na nossa Justiça, cuja total promiscuidade e /ou submissão aos interesses políticos e económicos vigentes está mais que demonstrada.

5- Não acreditamos que, no actual quadro, o Exército Português possa fazer muito porque a profissionalização dos militares, se por um lado pode trazer algo positivo, por outro tem manietado e castrado qualquer iniciativa que possa ter o bem estar e a defesa dos Portugueses como objectivo. Se estivermos enganados quanto a isto, tanto melhor!

6- Não queremos que o «Estado a que chegámos» se perpetue, a pretexto de uma democracia formal mas já totalmente desprovida de conteúdo real. Pretendemos o aprofundar de uma verdadeira Democracia, que abra a todos os cidadãos a «cidadela murada do poder», até agora consagrada na Constituição como feudo ou coutada exclusiva dos Partidos!

7- Desejamos, para os nossos filhos e os nossos netos uma sociedade mais justa, livre de barões, caciques, sobas e sobetas que fazem o jogo dos interesses da Alta Finança Internacional.

8- Queremos estar solidários com outros povos da Europa e do Mundo que travam as mesmas batalhas que nós, pelas mesmíssimas razões!

9- Da Grécia colhemos a lição de que as medidas da Troika não salvam ninguém e com a Islândia e o Egipto aprendemos que a vontade e determinação de um povo pode ser a estrada que conduz a um futuro mais promissor. 

10- Não podemos esperar mais tempo: não desejamos uma revolução descontrolada que não defendemos nem nunca defenderemos : jamais as revoluções não-pacíficas trouxeram boas soluções, agravando apenas os problemas e extremando posições que (por enquanto) ainda são conciliáveis: as gerações vindouras não nos perdoariam: Juntemo-nos, ainda em maior número aos que protestam e façamos por exercer, sobre os que ainda não tomaram consciência da gravidade do momento, uma atitude Pedagógica e consciente. É a hora!


link da pág. 1 Milhão na Avenida da Liberdade pela demissão de toda a classe política: 

https://www.facebook.com/home.php?sk=group_192153134146638&ap=1

História Universal da Cuskice - pela Dra. Glória d'Anais de Guerra e Antas

Hoje, amigas e amigos, vamos ver quais foram as principais contribuições da cuskice para o progresso da humanidade. Continuaremos a seguir o formato pergunta resposta.

- Além das que já foram referidas, para que outras conquistas dos hominotes a cuskice contribuiu?

- A primeiríssima de todas, como já vimos, foi na área da expressão plástica, nomeadamente o desenho. Não havendo ainda escrita, os primeiros macacos pelados tinham de comunicar aos seus semelhantes as suas descobertas sobre a vida alheia através de uns rabiscos gravados nas rochas. Assim, se vemos por vezes hominotes chifrudos, sabemos que alguém andou a espiar a vida privada das respectivas fêmeas da tribo. Muitos colegas historiadores mal informados, associam estas imagens a cultos animistas mas estão enganados: a prova do que afirmo é tão simples de fazer quanto isto: Um feiticeiro ou xamâne preferia usar peles de bichos realmente poderosos (leões, tigres de dentes de sabre, etc) às «armações» de bois, antílopes, bisontes ou outros ruminantes «mansos» cuja caça nem sequer implicava grandes riscos. Ou alguém com dois dedos de testa (e não sobre a testa) pensa que os membros de uma tribo se deixavam impressionar com cornos de herbívoros, tão fáceis de arranjar, até mesmo sem ter de os matar, pois que esqueletos cornudos espalhados pelas estepes e florestas eram coisas que nessa altura até abundavam?

- Então pelo que se deduz, a escrita também terá sido uma dessas conquistas...

Naturalmente que sim: sem cuskice, jamais a humanidade teria inventado a escrita. Os meus ignorantes colegas sugerem que a escrita deriva directamente dos desenhos e gravuras e nisso até têm uma certa razão pois nem todos os hominotes tinham talento (como hoje também acontece) para o desenho. Mas enganam-se quando pensam que a escrita surgiu por razões utilitárias. Como os hominotes tinham tão fraca  memória como ainda hoje os seus descendentem têm, tinham de anotar todos os detalhes significativos da vida dos «cuskados» para não se esquecerem de nada, na altura de  recapitular a vida alheia. E para que os seus «ouvintes» também nada esquecessem, por causa das suas preocupações do dia-a-dia e da noite-a-noite, gravavam todos esses sórdidos detalhes para que, mais tarde, todos pudessem continuar a desfrutar das peripécias amorosas, enxovalhantes ou simplesmente ridículas deste e daquele, desta e daquela. Sem isso, acreditem ò ignorantes laureados nas Universidades da treta, não haveria escrita: para quê, aliás? para anotar os seus «negócios» como dizem os ingénuos? ora, meus amigos: nessa altura nem havia ainda contabilidade! as trocas (todo o tipo de trocas, até as sexuais) eram directas, tipo «toma lá, dá cá, e agora cada um vai à sua vidinha, que a coisa está feita e não vale a pena pensar-se mais nisto até porque pensar dá trabalho»

Bom, Dra. Glória: já só falta dizer que os números, a aritmética e a própria matemática se devem, também, à cusquice...foi mesmo assim?

Claro que sim: há dúvidas? a contagem começou, como eu já disse atrás (ver outros artigos desta rubrica), pelos dedos das mãos. Infelizmente, os hominotes, tal como nós, seus descendentes, só tinham dez dedos e depressa constataram que tal não bastava para contabilizar o número de vezes que um grunho (ou grunha) traía o seu ou sua parceiro (a). Era preciso ser mais sofisticado, portanto, daí que alguém se tenha lembrado de fazer tracinhos na rocha, cada vez que apanhava alguém com a boca na botija, isto é, em sítio onde a boca não deve andar, pois que botijas são coisas pouco atreitas a lábios marotos! Da contabilidade dos tracinhos (que os prisioneiros ainda hoje usam) passou-se a outro tipo de grafismos mais simples, pois gravar tracinhos na rocha dava, mesmo assim, muito trabalho, sobretudo no caso dos registos que se reportavam aos actos dos (as) mais taraditos (as), 

Hummm!...e as contas de dividir e multiplicar? creio que uma tal complexidade de cálculo dificilmente se pode relacionar com essa explicação!

Ora bem, vamos ver se nos entendemos: contas de dividir, resultam na necessidade de partilhar os bens dos defuntos pelos seus filhos (e filhos alheios tidos como legítimos). Já as de multiplicar, resultam da necessidade dos chefes esmifrarem, como deve ser, os seus súbditos. Um chefão com alguma inteligência (parece haver contradição entre os termos chefão e inteligência mas há excepções), precisava de saber que, caso tivesse cem súbditos e cada um devesse contribuir com duas coxas de frango (ou franga) para o seu pecúlio, isso no fim devia dar...devia dar...(é só fazer as contas como recomendava um dos nossos chefões mais recentes)

Amigos: para a semana (terças-feiras, não esqueçam) há mais sobre a cuskice...

Futeboys: pelo comentador Rolando Campos e Relvas

Ora bom dia, boa tarde, boa noite e tudo demais que seja bom, caras leitoras e leitores. Cá estamos para uma das minhas últimas crónicas da temporada! ontem foi dia de Taça e eu comecei bem cedo a beber umas tacinhas, de branco do bom. À tarde estive no Jamor e gostei do que vi. Vamos então lá comentar que foi para isso que o meu amigo Quim me convidou.

Esteve quentinho o dia e foi quentinho o jogo. Um jogón, diria mesmo, para citar o meu amigo Nándinho, de Gaia, adepto ferrenho do F.C.P.

Os Portistas tiveram 7 razões para rejubilar: meia dúzia de golos e mais um penalty defendido por Beto, numa altura que pode ter sido decisiva para o rumo que as coisas viriam a tomar. A primeira parte foi uma caixinha de surpresas: golo logo aos 2 minutos, resposta do Vitória, contra-resposta do Porto, contra-contra-resposta do Vitória, contra-contra-contra resposta do Porto e...estava mesmo a ver-se que que ainda ia haver mais uma contra-contra-contra-contra resposta mas Edgar não conseguir bater Beto num penalty que até nem foi mal marcado mas que o guarda redes portista soube prever, revelando mais visão que todos os políticos do chamado arco do poder juntos, P.R. incluído. Nestas voltas e revira-voltas eu já estava a ficar de olhos revirados: um autogolo, de Álvaro Pereira evitou a tempo um... autogolo de Rolando. Um canto, batido por Hulk, descreveu o arco na direcção certa e...proporcionou a  Nilson um dos grandes perús da temporada, fazendo com que até os do benfiquista Roberto parecessem golitos normais. Só quando a bola entrou, Nilson despertou da sua soneca para se enfurecer com os colegas que também não cumpriram o seu dever, encostando-se ao primeiro poste: preferiram encostar-se à boxe. 

Foi o momento fatal para o Vitória que a partir daí já não pôde evitar a derrota. Aos 43 minutos, Beto lá defendeu o tal penálti, atrapalhando Edgar com uma finta de corpo (fingiu atirar-se para um lado e logo que o vimaranense atirou para o outro, mergulhou na direcção certa). Inteligência pois do guardião do FCP que mostrou que o futebol, tal como a política, é um jogo de enganos e decepções. 

A partir daqui, a recuperação tornou-se tão impossível como o seria para um país assediado por credores sôfregos e cercado por medidas impostas pelo FMI. 

Manuel Rachado já não tinha margem de manobra para muito mais: de um possível 4-3, passou-se para o 5-2 pois o FCP ainda marcou antes do intervalo, por James Rodriguez que fez, neste jogo, um truque-de-chapéu, expressão que os bifes traduziram para hat-trick. 

Destaco ainda o golo do meu homónino Rolando, aproveitando um ressalto para rematar tão certeiro como cada uma das minhas crónicas  eh eh eh.

No final, além da habitual festa azul e branca (já estámos habituados, pah, disse-me o Nándinho de Gaia que nem quiz ir beber um copo co'a malta pois ainda estava de ressaca desde DUBLIN) tivemos um Manuel Rachado tão desiludido como um votante do Bloco Central, fazendo das tripas coração para lamentar a eficácia tripeira.

Já Milhas-Voas, controlando a euforia, recordou que foi na LUZ que começou a ver a luz ao fundo do Túnel, mesmo depois do apagão. Para os habituais carpidores que se queixam sempre do excesso de jogos para explicar derrotas, lembro que nenhuma outra equipa portuguesa andou a chutar tanto na bola (e no orgulho dos adversários) como o grande FCP. Portanto, os outros que se deixem de mariquices, que párem com as desculpas pois o Calimero só tinha piada porque era um pintainho pequenino, fofo e acabadinho de sair da casca. Que enfie esta casquita na cabeça quem quiser que eu vou ali beber uma água mineral que estou cá c'uma destas dores de cabeça por causa do sol que apanhei ontem ;). Tem mesmo de ser das com gás que eu hoje estou com falta dele e com a goela seca ninguém manda «bocas» como deve ser eh eh eh. 'Té mais ver pessoal!

Livro IV- O livro dos Jobs (e dos Boys)

Um dia em que os «boys» do Todo Proprietário se apresentavam diante diante do seu Senhor, o inimigo Sá Tenaz foi junto com eles. O senhor disse-lhe então: 

- Vês como eles me obedecem, os «boys» dos Jobs? não há ninguém à face da Terra tão obediente como eles. 

Então Sá Tenaz enfureceu-se e retorquiu:

-Pois pudera! porventura eles te servem desinteressadamente? não lhes deste, em abundância, tachos e tachinhos? não lhes pagas, a todos, ajudas de custo enquanto outros alombam com gasolina e portagens para trabalhar todos os dias? não dás a muitos carros, motoristas, assessores e guarda-costas enquanto todos  os outros pagam impostos para sustentar os teus boys e suas mordomias? Pois eu, em verdade, verdadinha, te digo: retira-lhes tudo o que lhes dás de mão beijada e verás se não te amaldiçoam e tentam derrubar-te! no dia em que o faças, vais ver como elas (e eles) te mordem, ò autocrata!

- Ah ah ah- riu-se o Omnipossuidor- achas que caio nessa? eu cá não me deixo levar como o  da outra Bíblia! bem sei que são todos uns interesseiros mas o interesse deles também é o meu interesse. Embora eu até os ache a todos desinteressantes, vou continuar a sustentar-lhes os vícios para que louvem o meu nome e votem em mim nos Congressos! nem que para isso tenha de ir pedir dinheiro emprestado aos Infernos (isto é, a ti e aos teus sócios) vou continuar a proceder como até aqui. E tu nem te vais importar, porque também lucras com isso. Podes pois ficar com as almas deles, ò parceiro, que eu daí abaixo não vou...

- Almas? -indignou-se Sá Tenaz- para que eu quero almas? já lá vai o tempo, ò Todo Proprietário, em que as almas valiam algo. Tu não segues as cotações da bolsa? em verdade verdadinha te digo, ò distraído que, desvalorizadas como estão, as acções das almas hoje em dia não valem o papel em que foram impressas. Eu cá quero é juros, juros, percebes? e quanto mais tempo passar sem que me paguem, mais subo os juros! por enquanto, os totós que ainda pagam impostos ainda julgam que um qualquer milagre os vai devolver ao Paraíso mas não perdem pela demora. E depois quero ver como lidas com o descontentamento do povinho!

- Ora -disse o Omnicobrador de Impostos- o povinho tem mais paciência do que o Job da outra Bíblia. Posso tirar-lhes casa, carro, demais bens e ainda levar-lhes os filhos como mão de obra escrava que nem uma palha mexem. E no fim, ainda me agradecem pois pensam que os amo, só porque sou o Amo eh eh eh. Vais ver como vão andar atrás de mim com bandeirinhas, quando chegar a altura das eleições. Convenci-os que eles são o meu povo eleito mas são eles que, ao botarem a cruzinha no boletim de voto, me elegem como seu Senhor, e carregam a minha cruz eh eh eh.

- Faz como quiseres, ò cleptocrata. Mas já sabes que não vos vou perdoar. O povinho ignorante vai achar que empresto a massa para vos salvar o coiro a todos ah ah ah. Mas quando chegar a altura de pagar juros é que vão ver de que massa sou feito!

- Está bem, está bem, vai-lhes dizer que já me disseste, para ver se eles acreditam. Esses plebeus ainda acreditam em almoços grátis e milagres. Não vês como rastejam e caminham quilómetros para agradecer coisas que eu nem lhes fiz? gostam de se sentir importantes, é o que é! julgam que são os meus favoritos cada vez que se livram de um pequeno mal. E nem se questionam porque faria eu favores a uns e não a outros. Para mim, eles são todos iguais! todos escravos dados a crendices...

- Bom, assim sendo, vamos lá ao empréstimo. Mas alguém tem de assinar e, como eles não sabem ler nem escrever (mesmo os que acreditam que sabem) tu vais ter de assinar por todos: por ti, pelos teus boys e pelo povão. Ora bota aqui a tua assinatura. Comecemos com 5 % de juros mas aviso-te já que, daqui a pouco tempo arriscas-te a pagar 25% como já acontece com outros a quem adiantei algum...

E o todo-Proprietário nem pestanejou: assinou de cruz e sem sequer olhar para as letras miudinhas do contrato. Pudera! ele jamais teve intenção de contribuir com um cêntimo que fosse e já se via a comprar, com grande parte daquele dinheiro, uma frota de carros novinhos (quem está no top dos que gama só pode ter um topo de gama, é claro), para si e para os seus mais dilectos boys. E não ficaria por aí: em breve compraria outros brinquedos caros. Feita a assinatura, ainda teve a distinta lata de dizer:

- Olha, sabes? acho que é melhor seres tu a impor ao meu povão as regras que vão ser necessárias para assegurar o pagamento! podia ser eu, mas não tenho tanto jeito para negócios como tu e ainda me arrisco a perder o controle desta coisa. É que isto é mesmo muita massa! que dizes pah?

- De acordo- disse logo Sá Tenaz sem se fazer rogado- mas isso vai custar-te mais algum que cá eu não trabalho de graça!

- Certo, certo - concordou logo o Capataz dos capatazes, esfregando as mãos de contente- trata então disso que eu vou tirar umas merecidas férias, ok? depois diz qualquer coisinha.

E se assim disse, melhor o fez: em poucos segundos PUFFF!!! já estava num resort com vista para um mar privatizado, rodeado de acepipes e de criados com maneiras. 

- Isto é que é vida - constatava feliz - acima de mim, só os F-16 que sobrevoam a MINHA PRAIA, que é este País à beira mar desplantado em troca de subsídios. E mesmo esses avioezitos só estão acima de mim para me proteger o coiro eh eh eh...

(continua no próximo Domingo)

CONSULTÓRIO DO SEXO: Pela Dra. M. Gustava de los Placeres y Morales

Boazonas e Bonzões deste País, rejubilem que eu estou de volta para animar as vossas sextas! Plena de vigor em todas as partes do corpo, cá estou eu para mais umas chicotadas a quem merece mais uns miminhos a que por isso tem feito. Vamos já passar ao que interessa que eu não gosto de preliminares demasiado prolongados, que os prolongamentos só os faz quem não se cansa antes do tempo. Vamos às cartinhas.

Minha querida Gustavita:

Sabes que tenho por ti uma adoração sem limites. Há muito que te sigo mas, infelizmente, numca te apanhei a jeito (isto é, a sós) para te mostrar, ao vivo, o quanto te admiro. Escrevo-te porque, como sabes, estou numa GRANDE AFLIÇÃO. E tudo porque uma certa senhora me acusou de violador. Já não se pode gostar de mulheres? eu sempre fiz coisas de que agora me acusam sem que ninguém dissesse nada, bolas. Em Paris então, toda a gente sabia que cá o velho Stress-Khana não perdoava eh eh eh. No mundo inteiro, sobretudo nos Países do sul (da América e da Europa) ninguém ignorava que o meu passatempo favorito era encostar pessoas à parede. Nações inteiras conheceram o meu assédio e algumas até me pediram, através dos seus representantes, que eu fosse lá dar-lhes um apertão! e agora prendem-me por ter assediado UMA mulher? ora, cá para mim, em Nova York são mas é todos paneleiros! Não podes usar as tuas influências para me livrares de sarilhos? é que receio que, caso seja condenado, vá parar a uma daquelas prisões onde os condenados são grandes, espadaúdos e atreitos a violar bonitões como eu. Se há coisa que destesto é o assédio masculino, que eu sou muito homem!

teu adorador de sempre Dominikas Stress-Khana

Ò meu khan(alha):

Sim, já tinha notado que me seguias, ò taradito. Mas se queres que te diga, nunca me preocupei com isso. Lá por Paris, as meninas são umas tenrinhas e por isso, excepto uma, ninguém te enfrentou como merecias. Nem sabes a sorte que tens por nunca te ter apanhado a sós. Creio que não sobreviverias à experiência pois já dei cabo de machos bem mais portentosos que tu, ò velhote! não foi preciso muito: os homens são fáceis de manobrar e quando descem as calças ficam ainda mais vulneráveis. Claro que, para dar cabo de ti, teria que fazer algumas coisas que me desagradariam sobremaneira mas creio que ia valer a pena pois assim livraria muita gente dos teus avanços. Em Paris todos te chamam Chaud Lapin, o que bem diz da tua potência, ò fracote. Por aqui também temos os nossos Coelhitos,  uns tanguitas que se candidatam a slatar-nos para cima, se andarmos distraídos. Portanto, estou habituada a gente como tu. Pena para eles que eu não goste de cabidela. Quanto a interferir por ti, podes esperar sentado, que é uma posição que sempre dificulta a abordagem dos gerontófilos que povoam as cadeias. Não sei se eles vão mesmo querer saltar-te para cima, receio bem que não, pois há limites para tudo, até para o desespero que a fomeca sexual provoca nos reclusos. Mas se eles o fizerem, terás, finalmente provado do teu próprio veneno pelo que, se houvesse mesmo justiça, os desgraçados deviam ter direito a redução da pena. Para pena já lhes bastaria a que eu sentiria por eles pelo sacrifício que tiveram de fazer a bem da humanidade. Quanto ao resto, não te preocupes: acho que já sei quem vai ocupar a cadeira que deixas agora vaga. Diz-se que é um tipo durão mas eu acho que é mais um molengão armado ao pingarelho, um dos que abre a porta de sua casa aos rufias violentos deste desgraçado Planeta. Bom, esta carta já vai longa vou colocar aqui uma Laje sobre o assunto. Aos teus futuros colegas de prisão desejo boas entradas ah ah ah...

Aquela que te despreza: Maria Gustava de los Placeres y Morales

E agora outra cartinha, esta de ciúmes:

Cara mia:

No capisco niente. Que fez o Stress-Khana de tão especial para que todos falem dele? Eu tenho bem mais qualidades e estou para aqui, meio esquecido, embora também perseguido por uma juíza que, qual pitbull, desde que me fincou os dentes não me larga. Não acreditas? então vê bem:

1- Eu sou o verdadeiro Macho Latino, porque o Lácio, onde nasceu o Latim, é um lago di Roma, no de Parigi.

2- O Khana atirou-se a UMA tipa, ainda por cima amadora. Eu atiro-me a várias, numa só noite, todas profissionais e cheias de sangue na guelra.

3- Ele faz tudo em segredo, para que ninguém possa gozar com as suas duvidosas performances. Eu escancaro as portas da minha mansão para que todo o povão saiba que tem um cappo vigoroso e amigo de tutti quanti. Cosi, gl' italiani piú frustraditi, sempre podem dar uma espiada.

4- Ele anda a servir-se do dinheiro dei banquieri para f---- países. Eu sirvo-me do dinheiro del mio país para f---- belle ragazze. Junto aqui uma foto minha que comprova tudo o que acabo de dizer...

Gustavita, cara mia, ajudas-me a diffendere la mia reputazione? Grazie !

Il tuo Cavaliere, Simio Burlasconi

Ò seu reles Símio:

Não tenhas inveja: admite que, numa coisa, ele é melhor que tu: já f---- bem mais gente. Tu contentantas-te a Itália, que não sei como, te vai aturando a taradice. Ele já papou a Grécia, a Irlanda e Portugal, só para falar das Europeias. E se não lhe deitam a unha, já se preparava para afiambrar também a Espanha, sendo lógico que a seguir a essa ia saltar para a espinha da Itália o que criaria, entre vocês os dois, um duelo interessante de se ver. Ou talvez não: estou em crer que tu terias de te afastar, porque embora o buraco da Itália seja grande, ele não gosta de concorrência e está habituado a que até os chulecos dos Países que o convidam lhe lambam as partes íntimas.

Bem vês que dominar um bordel como o FMI, não é bem a mesma coisa que produzir uns tantos programas de televisão com gajas nuas ou levar para o Parlamento umas tantas senhoras da vida, umas tantas jovens e outras já maduritas, apesar das plásticas, dos silicones e das borrachas. Ali (no FMI) é mesmo a sério e a doer: as meninas trabalham sem descanso para encher os cofres dos Patrões, sujeitando-se a todas as taradices que os clientes e proxonetas lhes impõem. Desculpa desiludir-te Burlasconi mas na minha boca podem entrar muitas coisas mas dela só saem verdades!

Quanto à tua pretensão de seres o meu Cavaliere só te posso responder assim: Ah Ah Ah Ah Ah Ah. Junto também aqui uma foto que comprova também o que acabo de te dizer.

Aquela que te ridiculariza: Maria Gustava de los Placeres y Morales

Futeboys: pelo comentador Rolando Campos e Relvas

Boas para os bons e para as boas de Bola: foi uma final portuguesa, concerteza,  uma espécie de prolongamento do Campeonato Português, em todo o seu esplendor. Dei conta disso pela quantidade de bocejos por minuto de jogo: dois, o que está só ligeiramente acima dos jogos caseirinhos. E isto apesar do jogo se realizar em Dublin e ter árbitros estrangeiros, que sempre é um toque de novidade nos jogos entre equipas lusas. 

A minha «patroa» teve de me dar umas cotoveladas para eu não adormecer no sofá, mesmo com tremoços e umas bejecas à frente. Muito jogo a meio-campo, receei mesmo que Artur e Helton pudessem adormecer entre os postes, tão raras as ocasiões em que as duas equipas ousaram atacar: pareciam o Passos Fedelho naqueles meses em que andava a treinar o Tango com o Escrocas eh eh eh. Nas bancadas, os portugueses, mesmo se habituaditos a estas andanças (andanças é bem dito porque correr? tá «queto») já deviam estar a sentir frio de duas maneiras: a temperatura local e os suores frios que sentiam quando pensavam na massa que gastaram para ver uns tantos homem estátua que bem podiam ter visto, a troco de uns míseros cêntimos (e facultativos), na Rua de Santa Catarina.

Cautelas e caldos de galinha nunca mataram ninguém e Domingos sabia que não ia ser «canja» donde ter  contado com Vandinho e Custódio de início. Já Milhas-Voas apostou mais no ataque mas nem por isso ganhou a aposta pois os habituais artilheiros do F.C.P. pareciam falhos de munições. A primeira parte do jogo foi boa para cardíacos: creio que até as pulsações dos hipertensos desceram para níveis normais. Pareciam o Povo Português depois de ouvir as medidas propostas pela Tróika: mal pestanejavam. Um remate  aos 4’ que saiu ao lado da baliza de Helton,e outro aos 7’, com Hulk a deixar Sílvio e Paulo César pelo caminho e a atirar por cima da trave  foi tudo o que digno de nota sucedeu em 44 minutos. Ao cair do pano da primeira metade, Guarín recebeu a bola na direita, cruzou para a área e Falcão, aproveitando o facto de Paulão estar no seu segundo sono, usou a cabeça num vôo magnífico, colocando a bola no ângulo, sem qualquer hipótese para Artur.

Depois, na segunda parte foi só gerir, como um banqueiro forreta, a vantagem amealhada. O guarda redes Portista ainda fez uma «perninha» no jogo quando Mossoró atirou contra aquela sua parte do corpo. Bonito, bonito só mesmo o final: os jogadores do F.C.P. fizeram guarda de honra aos seus cologas do S.C.Braga, antes da sua própria festa, a merecida consagração recebendo a tal Taça. De parabéns pois ambas as equipas, apesar do jogo fraquinho, muito em especial o F.C.P. pela sua quarta Taça Europeia conquistada. E claro, parabéns a Milhas-Voas, que se arrisca a ganhar quase tudo o que estava em jogo. Uma só pequena nuvem negra paira no horizonte dos Campeões Nacionais: com o passe de 30 milhões (pffff uma bagatela) já se prevê que Falcão possa voar para outras bandas, ou não andassem já por aí as habituais aves de mau agouro a pairar em círculos à sua volta eh eh eh...

os ‘Razíadas’ por Luís de Cá , Mões (Beira Alta), Canto terceiro, Estr. 13 a 16

13 - Chegado estava o prazo prometido  
Pelo qual o F.M.I. já aguardava
E eis Socas, a seu mando submetido
dando-lhe a obediência que esperava
Mas vendo Passos, que fôra esquecido
No negócio que já o outro aprontava
Exige já do Governo ser o sócio
para ser também parte, no negócio 


14 - E logo que no arranjo ele toma parte
Eis que aceita, como o outro, ser fiança
E enganado o povo com tal Arte
Já derruba o crápula por vingança:
E ao de fora diz:  « se queres vingar-te
Da Lusa temerária confiança
Eis que aqui te trago, oferecido
O que Socas vos tinha prometido


Vês? trago para ti vidas inocentes
dos desgovernados cuja má-sorte
Foi sua fé em nós, incompetentes
E cuidar haver quem se importe
Com seu futuro: ah, pobres indigentes
Bem merecem meu beijo de morte
Pela cega e desbragada crendice
Como se fôra este o País da Alice...»


Qual diante do algoz, o condenado
Que já na vida a morte tem bebido
Põe no cepo a garganta e entregado
Espera pelo golpe tão temido
Tal diante do credor indignado
Que já cobra o juro exigido
O povo inda aguarda um qualquer milagre
Recusando-se a encarar a Realidade!

Este Livro que Despejo -por António Aleijo

Se dizem que emprego seguro
É privilégio passado
Então que venha o futuro
qu'o presente anda estragado


Privilégio, camaradas
É coisa de minorias
Não das gentes maltratadas
que vos pagam mordomias


Privilégio, seus parolos
É coisa de vossas elites
Não nos façam pois de tolos
com tão perversos palpites


Privilégio ò seus pulhas
Não é mal ganhar pr'ó pão
parem com isso, ò trafulhas
Basta de  perversão


Sois vós os sacrificados?
Oh como fazeis de conta!
Quereis gozar, ò tarados?
Pois gozai com quem vos monta!

História Universal da Cuskice - pela Dra. Glória d'Anais de Guerra e Antas

Após um breve intróito sobre a linguagem, que é a mãe de toda a Cuskice (o pai eu só revelo no fim), após ter abordado também outras descobertas, invenções e conquistas da humanidade, passarei como prometido à Cuskice, enquanto conceito científico e continuarei a seguir o pedagógico formato da pergunta-resposta:

1- Como? existe uma definição científica de cuskice?

Claro que existe uma definição científica da coisa, tem de haver sempre, ou não?. A Cuskice não é bem o que muitos pensam. Por exemplo, se eu me puser a espiolhar um certo senhor conhecido por PR e divulgar que come com a boca aberta mas fala como se estivesse de boca cheia e divulgasse isto pelo país inteiro, não estaria a ser Cuska. E porquê? pelo simples facto de que estaria a prestar uma informação marota a toda a gente (1º condição para haver cuskice) mas não estaria a dar novidade nenhuma a alguém (2º condição para que haja cuskice). Não é cusko quem quer (embora de cusko todos tenhamos muito) mas quem descobre algo SECRETO sobre a(s) vítima(s) do Cuskanço.

Portanto, a definição científica da Cuskice é « forma de proceder característica de todos os primatas pelados, pela qual se assegura ser práticamente impossível que alguém possa guardar os seus segredos só para si (ou mesmo só para si e para os amigos), garantindo a partilha, pela comunidade, do conteúdo desses mesmos falsos segredos, por forma a que todos possam usufruir dos pormenores sórdidos, ridículos, patetas, promíscuos ou outros considerados de interesse social relevante.

Pela Cuskice, uma comunidade pretende garantir que ninguém vai poder pensar nada (quanto mais fazê-lo) sem que um qualquer cusko de serviço o possa descobrir e denunciar, (logo que ele vire costas, que é para não haver sarilhos.)

Mas a Cuskice então é isto? só mais uma forma de maldade?

Como assim, maldade? Se milhares de cidadãos gozam e riem até às lágrimas à custa de um desgraçado que nem sabe que o é, como é que isto pode ser mau? O riso é ou não uma coisa positiva para a saúde?

Mas é falar mal nas costas de alguém!

Por isso é que eu aconselho sempre as pessoas a só começarem a falar de alguém quando até já as costas deixaram de se ver. Muitas vezes acontece que as pessoas começam a falar nas costas de quem já se afasta e o indivíduo volta para trás e ouve tudo! Vão por mim: primeiro deixá-lo desaparecer até já não se ver sequer a pontinha de um cabelo. Isto evita sarilhos muito desagradáveis. Só para terem uma ideia: falei com um amigo jurista e ele informou-me disto: se eu Cusko a vida de alguém e divulgo sem que o visado possa chegar à fonte (eu) isto é Cuskice mas se o visado souber e puder prová-lo, já passa a ser difamação. A Cuskice, para ser Cuskice tem de ser sempre grátis, generosa, daquelas coisas que s partilha com gosto. Ninguém está ali para assassinar o carácter de ninguém, esperando ganhar algo com isso. Não! as pessoas dispõem-se a fazer tudo isso de borla e com gosto!!

Mas porque existe então a Cuskice? Que vantagens sociais há nessa actividade? só essa de todos saberem dos segredos de todos?

E já não seria pouca! repare-se que, entre os macacos pelados ou hominotes, existem muitos casos de déficit mental, de patologias de todo o tipo, as psico incluídas. É muito cérebro que anda por aí a vaguear, congeminando os planos mais mirabolantes para se vingarem da comunidade que os ostraciza. Quase todos contam os seus planos a um ou outro amigo que depois também os partilha. E assim se evitam muitas tragédias pois em dado ponto todos sabem do que se prepara e então podem evitá-lo. A maior parte dos criminosos em potencia não precisam de ninguém para os bufar: eles próprios tratam disso com surpreendente competência!

Desde quando existe CusKice?

Uiiii... isso já vinha do tempo dos macacos peludos que já eram muito cuskos, pois não tinham mais nada para se distrair. Os Hominotes sempre foram cuskos, isto é, sempre fizeram por espiolhar, vasculhar e remexer nos supostos segredos alheios. E é lógico que assim fosse: numa época de fomeca, se um qualquer Grunho andasse com ar feliz e bem alimentado, todos o haviam de espiolhar para ver onde é que o gajo tinha escondido a sua peça de caça, para não a partilhar. E haviam de o espiolhar até descobrir ou acham que não? isto demonstra ou não as vantagens sociais da Cuskice? reparem no exemplo acima: em vez de morrer tudo à fome e só sobreviver um egoísta, morre o egoísta mas o resto da malta esfomeada sempre mete algo à boca, o egoísta incluído, ou não? no fim há-de salvar-se mais gente e a espécie progride!

Existe alguma forma eficaz de Cuskice?

Existe sim senhora! um tipo que queira difundir um qualquer boato (verdadeiro ou falso) só tem de reunir um grupinho de pessoas (amigas ou não é indiferente) e começar a revelação com esta fórmula mágica;

- Isto fica aqui entre nós, OK?

Ou em alternativa:

Não contes isto a mais ninguém!

Sucesso garantido: se a história tiver algum sal, não há cão e gato das redondezas que não a conheça e divulgue!