Número de visitas da Blogosfrega

Tuesday, August 9, 2011

História Universal da Cuskice pela Dra Glória d'Anais Guerra e Antas

Ora como tinha prometido, vou aqui falar da primeira de uma linhagem de vítimas célebres da Cuskice Universal: a Rainha Cleópatra. Quase tudo à volta dela tem esses ingredientes que excitam e apaixonam as massas: sexo com homens poderosos (primeiro o Julito, depois o  Tonito), cuskice política de alto nível, curiosidade popular q.b., a miúda desde cedo foi alvo de fofocas da arraia-miúda, tanto mais que tinha origem grega, esses tolos dos Ptolomeus, e os egípcios não perdoavam aos opressores estrangeiros que desde Alexandre o Grande os dominavam.
Digamos que o cargo que a moça ocupava também não era de molde a trazer-lhe muitos amigos. Para mais, depois de ter desposado, formalmente, dois manos Ptolomeus (era hábito na altura, quase um ritual, mas raramente se consumava), parece ter-se desembaraçado deles, graças a uma mãozinha do seu amigo Julito. 
E se na família não tinha amigos, imagine-se cá fora e mesmo no seu próprio Palácio.
Miúda desembaraçada, nem por isso seria assim tão bonita. As imagens que se conhecem dela mostram até um rosto pouco harmonioso. Mas era decerto uma criatura inteligente e isto, na Política da altura, era coisa perigosa.
O Partido de Octávio imediatamente publicou em grafittis por toda a Roma (verídico, eh?) histórias escabrosas sobre orgias em que Cleópatra seduzia e enfeitiçava os seus visitantes, o Tonito incluído. 
Puro veneno com efeitos internos (dentro do Império Romano) como externos (no próprio Egipto).
Uma análise desapaixonada do percurso de Cleópatra, permite-nos compreender duas coisas básicas: que a garota estava obcecada em manter o seu Egipto independente do poderio de Roma e que para o conseguir, lançaria mão de todos os seus recursos, os femininos incluídos.
Assim, se ela se oferece de presente enrolada num tapete a Júlio César (veja-se onde chega a cuskice mas não inventei nada: é a lenda) percebe-se que no fim  (que não houve, porque Júlio é assassinado antes de lhe poder dar um final feliz) o enrolado seria o próprio César que, poucas semanitas após a lua-de-mel com Cleópatra, já lhe fazia concessões de monta (estás-te a rir, Joaquim? ah...seu maroto). 
O mesmo se passará depois com Marco António: Cleópatra esteve muito próxima de reconquistar,  sem exército digno desse nome e sem que se disparasse uma flecha, ou uma coluna se movesse, o seu Egipto que as Legiões Romanas tomaram pela força.

O seu Egipto, sim: ela era grega mas a sua família já ali reinava três séculos antes. A miúda amava o seu  País e sabia não ser correspondida. Só assim se compreende que ela se auto-imole na sua oferta aos romanos mais poderosos do seu tempo, provavelmente os seus únicos reais amantes. Se se tratasse apenas da atracção por homens poderosos, ela não «negociaria duro» na cama, ou fosse lá onde fosse, o estatuto do seu Egipto, como tudo indica que fez. 
Mas a Cuskice não gosta de mulheres com espírito de missão. E foi muito graças à Cuskice propagandeada em larga escala pelo Império, que se difundiu esta mensagem milhares de vezes repetida: Cleópatra é uma meretriz feiticeira, Cleópatra seduz os maiores de Roma, Cleópatra é uma ameaça para Roma.  E eis que uma grande parte de Roma se «subleva» contra Cleópatra que «mantém em seu poder» Marco António, e é preciso declarar guerra a ambos...

A partir daqui, os dados estão lançados e não há recuo. As forças em presença pareciam equilibradas, sendo o desfecho, portanto, imprevisto. 
Como sempre, quando se contam os homens por frios números, a realidade revelou surpresas que talvez nem o fossem assim tanto: as galeras e legiões romanas, viram confirmadas, no terreno e no mar, as ideias que já traziam preconcebidas: os egípcios e seus aliados romanos com décadas de permanência naquela terra, eram gente pouco dada a essa maçada da Guerra!
Havia naquele clima algo de mágico, que adocicava as pessoas e as desaconselhava a meterem-se em grandes alhadas. Talvez até o próprio Marco António, outrora General feroz, tivesse amolecido, sabe-se lá porquê, a Cleópatra devia esgotá-lo e etc...
Em suma: perdida a esperança em qualquer reviravolta miraculosa, Cleópatra suicida-se. Com veneno talvez, mas não de serpente, decerto. 
Pensando nesse final momento, imagino-a a fechar-se no seu compartimento mais íntimo, olhar-se ao espelho e dizer: «correu mal, miúda! sabes o que isso significa, não sabes?».
(Ou algo assim, em gíria juvenil do Egípcio arcaico!...)

3 comments:

  1. ...ora cá está uma MULHER com "tudo no lugar", pronta a defender seu Egipto com "corpo e alma" - o que nesta Lusa Terra já não há nem homens nem maricas capazes de defenderem este rectangulozinho da "barbarie Europeia"!!
    A Cuskice de Drª.Glória é daquelas que a Julita Pinheiro ou a Fatucha Lopes gostariam de contratar para as suas tardes!! Mas, claro, por um bom caché!!

    ReplyDelete
  2. Mulheres como esta necessita Portocal. Que são capazes de penhorar qualquer coisa para salvar o seu País...
    Procuram-se, de preferência vivas...

    ReplyDelete
  3. Muito bem informada e pedagógica, esta crónica da dr.ª GAGA. Mais do que muitos documentários, para não falar do jornalismo de "investigação" (será que ainda se faz por cá?).
    E a referência insinuosa ao Joaquim deixa perceber um ambiente saudável na equipa da D. Guidinha: Um bom sinal, na minha opinião. Até porque o Joaquim também tem direito a satisfazer as suas necessidades...

    ReplyDelete

Mensagens populares

Blogosfrega

Followers

Blog Archive

About Me

My photo
Viseu, Beira Alta, Portugal
autor satírico, cartoonista pseudónimo de António Gil, Poeta e Ficcionista, Não sectário, Agnóstico, Adepto Feroz da LIberdade de Imprensa e de Opinião...

Labels