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Thursday, August 11, 2011

As Famílias Financeiras por Lilith Lovelace.

Para quem ainda duvidasse da capacidade das Famílias Financeiras para produzir algo que se visse, eis aqui o cruel desmentido: elas provocaram uma crise cujas consequências reais e muito visíveis ainda não são totalmente nítidas, mas mesmo assim já estarrecem.
Efectivamente, esta foi uma super-produção Financial Folks, com efeitos especiais das Tv's, jornais e todos os órgãos privados (mas curiosamente ditos de comunicação social), com protagonismo total dos grandes gestores e investidores, tendo os .pequenos banqueiros, grandes clientes e outra miudagem como actores secundários, a população Mundial como figurante, e o Mundo inteiro como cenário, tudo sob a difusa direcção de Maestro Big Market!
Chegados aqui, com rombos assinaláveis na nau financeira por conta da falta de escrúpulos de uns tantos, seria de presumir que, por esta altura, os grande vígaros estariam a ferros, as suas contas arrestadas, os processos a correr nos tribunais dos vários países onde, à pála da crise, muitos se «abotoaram» com os bens alheios. 
Foi o que se passou? nada disso! havia que recompensar os Ex.mos Srs. pelo lindo serviço que fizeram, portanto trataram eles de «arrestar»  , de imediato, partes das verbas recebidas do Estado como «ajuda», em bónus, prémios, comissões e mesmo em indemnizações, nos casos em que foram  despedidos por dolo !!!
E eis como descobrimos que o Estado, que eles diziam sempre estar demasiado gordo, hoje está esquelético, sabendo nós que não foi o Zé dos Anzóis nem o Carteiro da Lambreta, nem a Ti Alzira dos Crepes (menos ainda a Dona Guidinha, doméstica e musa deste blog) quem lhe comeu a carne!
Na Islândia e no Equador, parece que houve gente com fibra que pôs o lixo no lixo. Pese a constante desinformação dos pasquins de costume, diz-se que afinal, por lá já não há «ambientes tóxicos» nem ares «pestíferos» e contaminadores.
 Noutros sítios, porém, o lixo prolifera nos lugares de topo, o seu processo de decomposição iniciou-se com o cheiro nauseabundo que o caracteriza. Em breve a podridão corroerá a base!
Entretanto, cá por baixo, vai já havendo quem esteja farto de tapar o nariz e comece a ter incontroláveis desejos de finalmente, após décadas de contínuas crises malcheirosas, respirar ar puro!!!

3 comments:

  1. Joaquim, esperando não fazer uso abusivo, tomo a liberdade de colar aqui um texto que me parece oportuno, apesar de vir de 1661.
    "DIÁLOGO ENTRE COLBERT E MAZARINO DURANTE O REINADO DE LUíS XIV.
    Colbert foi ministro de Estado e da economia do rei Luiz XIV. Mazarino era cardeal e estadista italiano que serviu como primeiro ministro na França.
    O diálogo:
    Colbert: Para encontrar dinheiro, há um momento em que enganar (o contribuinte) já não é possível.
    Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é que é possível continuar a gastar quando já se está endividado até ao pescoço...
    Mazarino: Se se é um simples mortal, claro está, quando se está coberto de dívidas, vai-se parar à prisão. Mas o Estado... o Estado, esse, é diferente!!! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se... Todos os Estados o fazem!
    Colbert: Ah sim? O Senhor acha isso mesmo ? Contudo, precisamos de dinheiro. E como é que havemos de o obter se já criamos todos os impostos imagináveis?
    Mazarino: Criam-se outros.
    Colbert: Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
    Mazarino: Sim, é impossível.
    Colbert: E então os ricos?
    Mazarino: Sobre os ricos também não. Eles deixariam de gastar. Um rico que gasta faz viver centenas de pobres.
    Colbert: Então como havemos de fazer?
    Mazarino: Colbert! Tu pensas como um queijo, como um penico de um doente! Há uma quantidade enorme de gente situada entre os ricos e os pobres: São os que trabalham sonhando em vir a enriquecer e temendo ficarem pobres. É a esses que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Esses, quanto mais lhes tirarmos mais eles trabalharão para compensarem o que lhes tiramos. É um reservatório inesgotável."
    TUDO INDICA QUE ESTA LÓGICA ESTÁ ESGOTADA, POIS NESTE INÍCIO DO SÉC.XXI A CLASSE MÉDIA ESTÁ A FINAR.
    Ps - justifico a minha "identificação" como "anónimo" com as dificuldades técnicas constantes neste blogue, que por vezes nem permitem editar comentários. Porque será!?

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  2. Meu caro anínimo (que eu julgo identificar pela «impressões mentais»: de modo algum foi abusivo. Volte sempre e agradeço-lhe o suplício que tem tido para comentar aqui. Eu também me pergunto: porque será? uma abraço!

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  3. Muito bem analizado Dr.ª Lovelace! Urge afrontar este "sistema" que não serve às pessoas/cidadãos senão para os explorar e espezinhar... os exemplos da Islãndia e do Equador devem ser bem divulgados.
    Por acaso já ouviram falar do conceito de "dívida suja"? Basicamente, é dívida contraída pelo Estado (pelos detentores dos cargos públicos, bem entendido) sem o aval dos cidadãos, para adquirir bens ou pagar serviços supérfluos e abusivos (que servem apenas para proveito pessoal)... O conceito jurídico surgiu nos EUA a propósito da dívida do Iraque contraída por Saddam Hussein para construir e manter todos os palácios, etc, etc. Na base desse conceito, a dívida suja não é considerada dívida legítima do Estado, logo, o seu pagamento não pode ser imputado aos contribuintes. Consta que este caso fez jurisprudência, mas obviamente não interessa ao "sistema" (que obviamente inclui os pasquins) que este "caso", que é um verdadeiro precedente jurídico, seja divulgado (imaginam as consequências se esta atitude fosse adoptada em todos os países?)
    Quiçá um tema que possa merecer a sempre pertinente e lúcida análise do Joaquim Silva(?).

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Viseu, Beira Alta, Portugal
autor satírico, cartoonista pseudónimo de António Gil, Poeta e Ficcionista, Não sectário, Agnóstico, Adepto Feroz da LIberdade de Imprensa e de Opinião...

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