1-As áreas e os talhões assinalados
Que, pela habitual laia lusitana
Engenheiros à pressa licenciados
Ocuparam de tralha suburbana
Com truques e esquemas forçados
Mais do que concede a lata humana
E em áreas protegidas edificaram
Coisas que 'té o Demo já chocaram
2-E também as memórias manhosas
Daqueles moinas que foram dilatando
A má-fé, o déficit, as contas viciosas
Os subsídios que andaram devastando
E aqueles que por obras mafiosas
De leis e impostos se vão libertando,
Calhando, empalharei por toda a parte
Se a eles me levar pontaria e arte
3-Calem-se do espanhol e do italiano
A fama de goelas bem abertas
Afogue-se do gringo ou do germano
O ímpeto emborcado das canecas
Que eu canto o pato-bravo Lusitano
Cujo caroço assusta, e pede meças:
Nem mais um pio, pintores da manta
Que voz mais grossa agora se levanta ...
4-Ah e vós, cidadãos por acidente
Do país da Europa, mais extremado
onde já luxo é, ser-se doente
e desastre estar-se acamado
vereis, acaso, poder no Ocidente
Central ou Periférico chamado
quem assim trate a sua gente?
(nalguns casos, nem ao gado)
5-Ah, dai-me uma voz alta e venenosa
Não de pífio apito ou pífaro maçudo
Mas de trombone soprado por poderosa
Boca, dai-me um furor linguarudo
de maior fundura que a famosa
Garganta que escandalizou o mundo
Que eu cá tratarei de pôr em verso
O que fede, é feio e é perverso...
(a continuar em futuras edições...)
---demais Joaquim !!!!
ReplyDeleteO épico Luso congratular-se-ia de tal cousa ler!!
Que "o engenho e arte" abunde para continuar em verso:« O que fede, é feio e é perverso»!!!