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Monday, January 24, 2011

OS «RAZÍADAS» por Luís Vaz de Cá (Mões, Beira Alta, continuação)



11 - Ouvi: e vereis com que chãs manhas,
Fantásticas, fingidas, mentirosas
Enriquecem à custa de patranhas,
Cliques, claques e empresas duvidosas,
Tesas pra impostos, rijas pr’às campanhas
Patrocinando laranjas, subsidiando rosas:
Os tais que concessionam águas e ar
E chamam ao negócio, governar...

12 - (Já por todos os meios chegarão
As inquietas notícias saudando
Os milhões qu’em breve soprarão
Diários, os cofres privados inchando
De dinheiro em primeira mão
Mil candidaturas demandando
O maná da céé que em grandes flocos
Caindo sempre irá, nos mesmos bolsos

13 - Falar-se-á muito de investimento,
De infra-estruturas, de contínua formação,
Multiplicar-se-á o contentamento
Pl’o potencial de proxenetização
Do subsídio, em raro assentimento
Patrões e sindicais em concertação
Na mesma gamela, saciarão o apetite
Que no caso nacional, não tem limite

14 - Falar-se-á de oásis e pelotões da frente
E da Europa em velocidade de cruzeiro
E uma pretensa classe emergente
Comandada por um grande timoneiro
C.C.B., Expo, Gare do oriente
Vasco da Gama, metro no Terreiro
Desertificação do país rural?
E daí? Viram bem a capital?)

15-E pois que o homem luso, mansamente
Com escândalos e futebóis entretido
Ao que importa, será ainda indiferente
E ao que exporta não dá algum sentido
Fará por merecer o seu pífio presidente
E o desgoverno por ele consentido
Quando se dá por bem explicado
Com a cena da sina, do triste fado...

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Viseu, Beira Alta, Portugal
autor satírico, cartoonista pseudónimo de António Gil, Poeta e Ficcionista, Não sectário, Agnóstico, Adepto Feroz da LIberdade de Imprensa e de Opinião...

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