
Pelo qual o F.M.I. já aguardava
E eis Socas, a seu mando submetido
dando-lhe a obediência que esperava
Mas vendo Passos, que fôra esquecido
No negócio que já o outro aprontava
Exige já do Governo ser o sócio
para ser também parte, no negócio
14 - E logo que no arranjo ele toma parte
Eis que aceita, como o outro, ser fiança
E enganado o povo com tal Arte
Já derruba o crápula por vingança:
E ao de fora diz: « se queres vingar-te
Da Lusa temerária confiança
Eis que aqui te trago, oferecido
O que Socas vos tinha prometido
Vês? trago para ti vidas inocentes
dos desgovernados cuja má-sorte

E cuidar haver quem se importe
Com seu futuro: ah, pobres indigentes
Bem merecem meu beijo de morte
Pela cega e desbragada crendice
Como se fôra este o País da Alice...»
Qual diante do algoz, o condenado
Que já na vida a morte tem bebido
Põe no cepo a garganta e entregado
Espera pelo golpe tão temido
Tal diante do credor indignado
Que já cobra o juro exigido
O povo inda aguarda um qualquer milagre
Recusando-se a encarar a Realidade!
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