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Wednesday, May 4, 2011

Os Razíadas, canto terceiro: estr.9 a 12

9 - Eis aqui, quase cume da cabeça

De Europa toda, o Reino Lusitano

Onde a terra acaba e o betão começa

E onde as Pescas se afundaram no Oceano

Um pântano viscoso onde floresça

O chico esperto, o saloio suburbano

Arrotando postas de pescada, no ardente

desafio que que já réplica não consente


10 - Esta é a ditosa Pátria maltratada

À qual o Céu me deu sem ser castigo

Tratada como Empresa fracassada

À beira do fatal, derradeiro perigo

Daqui foi Lusitânia, terra devastada

Que do Luso fez Liso, fado antigo

Filhos seus foram, companheiros

Que a venderam fiado a forasteiros


11 - Desta, o Vígaro nasceu e em seu nome

Se vê o quão afoito foi, tais feitos teve

Cuja fama ninguém verá que dorme

Pois qual PR qual PGR? quem s'atreve

A questionar seu santo nome, come!

Pois quem algo for, a ele tudo deve

Colocou os seus boys por toda a Parte

E fez do interesse próprio o seu estandarte


12 - E vencedor foi, perfídia tamanha

Graças a seus aliados de guerra,

Que por pose, vaidade e manha

A tantos fez perder a vida e a terra

E o Rei dos tabús, figura estranha

Colaborando na farsa férrea:

Negoceia-se a Nau Pátria no Fundo

A troco de juros do Outro Mundo                         

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Viseu, Beira Alta, Portugal
autor satírico, cartoonista pseudónimo de António Gil, Poeta e Ficcionista, Não sectário, Agnóstico, Adepto Feroz da LIberdade de Imprensa e de Opinião...

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