Bom Diiiiiiiia, lindas e lindos! Cá estou de volta para dar as habituais voltas aos chatos que, volta não volta, julgam que EU lhes posso resolver os problemas que ELES, na sua costumeira incompetência e irresponsabilidade criaram a si próprios. Dito isto, sei que muitos de vós perguntarão: «Mas, Gustavita, não é essa a tua profissão e vocação?». A isto, se estivesse mal dispostita, nem responderia, mas como acordei cintilando de prazer e alegria, sempre vou dizendo: profissão, talvez, vocação nunca! uma coisa é o trabalho, outra é a vocação, certo? quando eu me formei em sexologia, tinha uma ideia algo diferente das pessoas com quem teria que lidar, ok? enfim, ilusões da juventude! passemos agora à cartona (desta vez é só uma e bem longa, exigindo como bem se entenderá, não menos longa resposta! aqui vai:
«Cara Gustava:
Ando um tanto confuso e isso, no meu caso, deve-se menos à minha sexualidade, que está tão bem definida como os músculos abdominais do Brad Pit, esse «good piece of Bread», mas às más línguas que por aí andam a «envenenar» os meus sócios. Refiro-me particularmente a uma tal de Ana Gomas, que anda para aí a insinuar que, mais dia menos dia, me deitam a unha como o fizeram ao Stress-Khanas, lá prás bandas de Nova York, também conhecida como a «Grande Maçã». Bem sei que não lhe devia dar importância nenhuma, por várias razões, a primeira das quais ela nunca ter conseguido fazer mossa a ninguém, nem mesmo entre os seus correlegionários e a última, que até é mais eloquente, o facto de só os totós ainda acreditarem que neste País alguém detentor de cargos políticos (no activo ou na reforma) possa um dia penalizado seja pelo que for, sobretudo por matérias desta ordem, ou não estivéssemos nós, a os patrões disto tudo, habituados a papar quem bem queremos, qualquer que seja a sua idade, o seu sexo, religião, ideologia, e a fazê-lo de várias maneiras e feitios, em todas as posições e modalidades, sempre na total impunidade que nos garante o nosso estatuto!
Assim sendo, perguntará a Gustava, o que me preocupa, exactamente?
Ora vejamos: de facto pouco me angustiam os castigos deste ou do outro mundo, os primeiros pelas razões acima expostas, os segundos porque, apesar de já ter feito alusões de gratidão à Nossa Senhora de Fátima (aquando do derrame do Prestige na Galiza, lembram-se?) e de ir à missa de vez em quando, sobretudo quando vem cá o Papa, e quando se fazem referendos sobre assuntos fracturantes como o aborto), a verdade é que acredito tanto nessas patranhas religiosas como acreditava que os submarinos eram necessários à defesa da nossa Zona Marítima Exclusiva, que de resto nem precisa de defesa, pois está entregue (e bem entregue) a outros países que não trocaram o abate das suas frotas pesqueiras por uns tantos subsídios que foram parar, direitinhos, aos bolsos das girls & boys dos chamados partidos do arco do poder. Quer todo este palavreado dizer que, se há vida depois da vida, essa não deve estar cotada nas Praças Fortes de todo o mundo logo, não me interessa pevas!
Acontece porém que sou accionista maioritário de uma empresa (CDS-PP, ou seja Contabilidade de Desfalques à Socapa- do Património Público), que é constituída por vários accionistas, e nem todos eles se estão a marimbar para as insinuações daquela espécie de senhora, pois se há muitos com vivências cosmopolitas, a quem não incomodam certas aventuras íntimas, desde que encham os bolsos, há muitos mais ainda que, mercê das suas deformações religiosas, reprovam estas «tendências» que a dita cuja insinua. Portanto, o que me preocupa é saber como «desmontar» estas aleivosias, visto que até sou bom a «montar» intrigas e outras criaturas, mas não sei lidar com estas línguas viperinas por receio de tudo o que possa dizer se venha a voltar contra mim! pode ajudar-me cara Doutora? processar a fulana? não será essa atitude uma forma de dar, ao facto, a publicidade que eu quero evitar? e não fazendo isto (deverto não por falta de dinheiro e/ou conhecimento de advogados competentes, que devo fazer?»
seu amigo Paulinho Reportas, Largo do das Caldas, Lisbécia
Resposta:
«Caro Paulinho: já várias vezes o disse: o mundo anda de pernas para o ar, não admirando por isso que tantos aproveitem essa posição para dele abusar. Entendo bem as suas angústias e nem precisava de explicar, de forma tão palavrosa, a sua indiferença perante as crenças religiosas da maioria dos seus concidadãos: já o tinha concluído desde que o senhor e a sua empresa se envolveram por obra do Espírito Santo (do Banco, é claro), naquele negócio que quase ia erradicando, por inteiro, vastas áreas protegidas de sobreiros e azinheiras que são, como todos sabemos, as árvores que a dita Senhora de Fátima escolheu para usar como pista de aterragem quando visitou os pastorinhos!
Dito isto, lembro-lhe que foi o senhor que, mesmo sabendo a reputação que o persegue, escolheu ser accionista da dita Empresa. Podia bem, como o senhor seu irmão, que me parece pessoa mais sentata (apesar de tudo), ter escolhido outra, mais consentânea com essa dita reputação, uma daquelas cujos membros pouco ligam a quem escolhe quem para actos mais íntimos. Por mim, como bem sabe, pouco ligo também a tendências: creio mesmo que as pessoas podem e devem escolher quem bem entendam para expressar as suas carências e pouco me importa que sejam hetero, homo, bi ou auto. Poderiam até, no limite, escolher cães, gatos, touros ou elefantes, desde que estes bichinhos tivessem também uma palavra a dizer sobre o assunto que, creio bem, seria sempre NÃO, se eles falassem, pois sou das que crê que toda a bicharada, sem excepções, é bem mais inteligente do que a maioria dos bichos humanos supõe.
Portanto, a única forma que tenho de o ajudar é aconselhá-lo a obrigar a sua empresa a sair do armário nesta delicada questão: que os seus accionistas digam de uma vez por todas, se TODAS e TODOS têm ou não o direito de escolher os parceiros (as) de acordo com os seus gostos pessoais ou se, p'elo contrário, têm a obrigação MORAL de se submeterem a certos padrões tidos por aceitáveis entre vós! sem essa definição, que quer que lhe diga? que o senhor, lá por ser accionista maioritário deve estar ao abrigo de ataques pessoais? ora adeus! Já é tempo de se convencer que não há «moços grátis», ou não?»
Cordialmente me despeço: Maria Gustava de los Placeres y Morales
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