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Wednesday, June 15, 2011

OS «RAZÍADAS» por Luís Vaz de Cá (Mões, Beira Alta) Canto terceiro, Estr. 27 a 30

27 - Do pecado nunca sentindo a pena
Muitos - que Deus o quis, e permitiu
Da  Pátria, que sua obra apequena
Da forma que se vê e que se viu
-Aonde a justiça que não condena
Agora que toda a esperança ruiu?
(Se algo este momento nos ensina
É só sobre o poder desta morfina


28 - Que só os peitos fortes enfraquece):
A inveja, esse rancor desatinado
Que toma o que é pelo que parece
E que com tal olhar transtornado
Da humanidade a fé escurece
Despertando o egoísmo aficcionado
(E tu também, velho vate, o sentiste
Tão invisíveis os mundos que tu  viste)


29 - Mas quem pode livrar-se, por candura
Dos laços que se armam tenazmente
Entre rosas, laranjas, e obscura
Aliança só em parte transparente
Quem, de uma peregrina formosura
Fingiria assim a ruptura permanente
Quem um ao outro teria tão bem preso
Na fogo de um poder tão bem aceso?


30 - Quem viu o olhar seguro, de farsante
Da sôfrega e famélica Excelência
Tocando sempre as almas pra diante
-E ai de quem ofereça resistência-
Descansado, por certo estará quando
Já possuidor d'outra experiência
Decretar, dando curso à livre fantasia
Que no fim há-se ser, como ele queria! 




(Fim do canto terceiro, continua na próxima semana)

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Viseu, Beira Alta, Portugal
autor satírico, cartoonista pseudónimo de António Gil, Poeta e Ficcionista, Não sectário, Agnóstico, Adepto Feroz da LIberdade de Imprensa e de Opinião...

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