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Tuesday, June 14, 2011

História Universal da Cuskice - pela Dra. Glória d'Anais de Guerra e Antas

(continuação do artigo de última terça feira)

- Bom, a sua explicação da contribuição da cuskice para a génese da política é no mínimo...original, por assim dizer. Apesar disso parece-me simplista: a política é só a continuação da cuskice, por outros meios? é isso?

- Aha! o Joaquim começa, finalmente, a vislumbrar parte dessa «coisa» que é a cuskice. Para a entender a fundo, tem também de se colocar dentro dela, de forma a enriquecer também a sua visão a partir do seu interior. Para isso, é necessário cuskar na História e de que maneira! 
O exemplo de Patranhas e de Patacoadas é apenas o primeiro episódio de uma longa e atroz guerra. 
Ora em tempos recuados, as Guerras eram a forma primeira e óbvia, de se fazer Política. Não havia grande pachorra para diálogos: o Grande Chimpa mostrava a mão e, pelo tamanho da «talocha», os Macaquitos sabiam avaliar o quão violento seria o «choque geracional». Daí ter sido a palma da mão, das primeiras representações gravadas ou pintadas, pelos hominotes, na Pedra. Aquela palma bem aberta queria dizer: «AVISO: ENTRAS NESTA GRUTA E SAI ESTALO: Nota Adicional: verifica  aqui a superfície da talocha»: Mas é claro que, embora toda a cuskice sobre o inimigo possa ser útil, há que saber estabelecer prioridades e privilegiar as informações certas. Eis um erro que não se deve cometer:
« Quando Pedragulho, o Grande, decidiu anexar os territórios da Daltónia, da Leitânia e da Latócia, não o anunciou ao quatro ventos: muito caladinho foi fazendo os preparativos e nem os que para tal projecto trabalhavam sabiam dos seus propósitos: grande parte dos voluntários trabalharam com afinco e denodo pois pensavam que estavam preparar uma missão humanitária.
Entretanto, Pedragulho já tinha os seus cuskos disseminados por aqueles territórios que o iam informando de detalhes importantes para os seus planos de conquista. Eram decerto detalhes interessantes, a saber:
1- Localização e preços das diárias dos melhores Hotéis e Restaurantes das Capitais (e demais Cidades interessantes desses Países).
2- As melhores vistas panorâmicas. os miradouros encantadores sobre rios, mares ou montanhas, o nome e localização dos bons bares, do Teatro ou da Ópera (ou outros sítios onde apareçam as boazonas locais). 
3 - e, para desenjoar, TAMBÉM um pouco de outras informações, como o número de soldados com salário em dia (únicos que se dariam ao trabalho de lutar coisita que se visse), o número e localização de Palácios e Palacetes que os Reis e outros Nobres tinham e onde, e é claro, uma ou outra história de alcofa, das que dá jeito conhecer e divulgar, para enfraquecimento dos visados. 


Se neste caso as coisas não correram bem a P. o Matulão, não foi por falta de informação recebida mas por ter considerado prioritária informação de facto era inútil ao seu propósito primeiro: a conquista militar destes Reinos. 
Encorajando a cuskice bon-vivant, malandreca mas inconsequente dos seus informadores em detrimento da cuskice que o ajudaria a ganhar a guerra, Pedragulho formou, sem o saber nem conscientemente o desejar, a primeira matilha de papparazzis!

- Mas, tanto quanto sei, o Matulão não logrou os seus propósitos!


-Claro que não! não admira por isso que  na hora da verdade, apesar da esmagadora força dos seus exércitos, tenha levado na cabeça! 
A sua atenção, sempre focada na vidinha regalada, recompensou sempre as informações erradas e, ao entrar fronteiras dentro de outros reinos, aprendeu às suas custas o quanto andava a ser mal formado e pior informado, por sua própria estultícia. 
- Bom, apesar disso, ele, pessoalmente não se saíu mal da aventura! ou saíu?
-É claro que não, Joaquim, como se podia esperar tal coisa? nesse tempo, tal como hoje, nenhum erro cometido, por clamoroso que fosse, tinha grande gravidade: Pedragulho, apesar da estrondosa derrota, das baixas, do prejuízo, da desastrada e fatal fuga, e do ferido orgulho Nacional, reinou, feliz para sempre, sobre o seu infeliz povo.

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Viseu, Beira Alta, Portugal
autor satírico, cartoonista pseudónimo de António Gil, Poeta e Ficcionista, Não sectário, Agnóstico, Adepto Feroz da LIberdade de Imprensa e de Opinião...

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