A mando do quem do engano, tem o ardor
Impor às pobres gentes vida austera
Roubando-lhes da vida, a parte mor
Pelo medo de quem vê rondar a fera
E não sabe como sacudir a dor
De ver que o futuro já lhe foge
(Quem sabe se escapa, ao dia de hoje?)
23 - Em escassos dias há-de a Troika coser
Leis pré-eleitorais que fará impor
Deixando ao povinho o escolher
Da pintada desgraça, só a cor
(E inda assim forçam-no a agradecer
O «privilégio» de ser eleitor
Para que «benza» com falsa escolha
Aqueles que já lhe fizeram «a folha»)
24 - Há-de pois culpar-se, o absentista

E acusando todo aquele que resista
A legitimar o falso governante
Cuidam que dessa forma ele desista
Do desprezo que vota ao farsante
- Mas isto só há-de pôr à solta
Mais dor e firmeza, na revolta
25 - Pois que poder terão falsos Ministros
Que por forasteiros, teleguiados
E por manobras e propósitos sinistros
Escolheram, eles próprios, os deputados
Pra aplicarem os cortes, já previstos
Aos que, arrastando-se, «amputados»
Só por teimosia ainda se movem
- Nem assim os algozes se comovem
26 - E contudo, entre eles alguns invejam
De outros, os privilégios e alcavalas
E enquanto uns exultam e festejam
Outros, mais espertos fazem as malas
Pois inda que nem todos o prevejam
O Futuro já anda a «prepará-las»
- Se sempre pra tudo houve um fim
Porque desta vez não seria assim?
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