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Friday, April 8, 2011

CONSULTÓRIO DO SEXO: Pela Dra. M. Gustava de los Placeres y Morales

Saltei ainda agora da cama, «abanada» pelo Joaquim Silva que é um Patrão exigente. Não é nada do que estão a pensar: ele ligou-me a perguntar porque razão ainda não tinha enviado o artigo. Eu até já o tinha escrito mas bem sei que, de manhã, quase não tenho leitores. E acho que até sei porquê: noites longas, manhãs de árduo trabalho, solicitações de familiares, amigos e demais gente boa, etc...
Mas vou já resolver a questão sem mais delongas, que não me pagam para dar explicações a ninguém. Nem para escrever aqui, isso faço-o pelo amor à lingerie (que de camisolas, não gosto). Voltamos, hoje, ao formato das cartinhas. Bom, neste caso será só uma cartinha, pois as questões que me são colocadas exigem uma resposta cuidada e exaustiva...

Gustavita, minha adorada filhinha:

A tua mãezinha era uma companheira dócil, capaz de aceitar todos os meus «avanços». Como sabes, isto durou 3 décadas e meia, mais coisa menos coisa. Agora ela começou a rebelar-se: que também tem direito ao seu prazer, diz ela. Que está farta de responder às minhas investidas, sem que eu me preocupe com os seus sentimentos, diz ela. Acho que são as amigas (que tu bem conheces) que lhe andam a fazer a cabeça. Uma delas chama-se Islândia e deu com os pés aos seus dominadores. A outra, A Egipcia, pôs em sentido o seu conjuge, quando já ia a caminho das bodas de ouro. Eu não entendo esta mentalidade moderna: quem se julgam elas? Um casamento, para durar, não pode ser só um mar de rosas. Nem só um mar de Laranjas. Às vezes há rosas, outras vezes tem de haver laranjas, é a lei da vida. Se isto não é verdade, então JÁ NÃO PERCEBO NADA DISTO. Queres ajudar-me a reconquistá-la com os teus sábios conselhos (conselhos para ela que cá eu, nessa coisa do «pinanço» nada tenho a aprender contigo eh eh eh)? 

Um beijão e respectivo apalpanço do teu Padrasto Perpétuo Governo, Lisbécia

Seu Perpétuo Enganado (para não dizer outra coisa)

A sua companheira, que eu conheço de longa data pois é minha Mãe, nunca o amou, não tenha ilusões sobre isso. Tolerou-o, estes anos todos, por supor que o senhor ainda sentia algo por ela. Agora que finalmente descobriu a verdade, só  quer vê-lo pelas costas, de preferência de cu para o ar. 
Ela, como qualquer pessoa que se preza, não suporta ser enganada por hipócritas. O senhor faz-se de moralista, censura tudo e todos com as suas falinhas mansas mas, mal julga que ninguém está a ver, lá vai a correr ter com as suas amantes que só querem pôr as patas naquilo que não é seu, mas dela. 
Mais tarde ou mais cedo, alguém daria conta das suas andanças e contaria tudo à Sra. Amada Pátria, autora dos meus dias. Neste caso, até fui das primeiras a tentar abrir-lhe os olhos. Mais do que uma vez, ela zangou-se comigo, por supôr que a culpa das más notícias era da mensageira. Só que outros começaram a dizer-lhe o mesmo que, há muito, eu lhe dizia. 
E ela, embora tarde, lá teve que dar o nariz a torcer, porque o resto do seu maltratado corpo há muito andava torcido pelos seus maus tratos. Não vale a pena queixar-se, porque o senhor ainda não viu nada. No dia em que o senhor for «de cana» por todas as extorsões e maldades que lhe fez, ainda não terá tido o seu justo castigo. Eu e outros tudo faremos para que devolva tudo o que lhe roubou. E, depois disso, fá-lo-ei trabalhar, como qualquer um de nós, para merecer o seu pedaço de pão. Não suporto vê-lo a levar uma vida regalada à custa do suor alheio e, neste caso, até tanto me faz que a sua ex seja minha mãe ou mãe de outra pessoa. Acredite que desejo o mesmo aos chulecos das outras desgraçadas e se depender de mim, ponho-vos a todos juntos, na mesma «choldra» para que se «cozam» uns aos outros como andaram a «cozer» as mães alheias. Veja isto como uma séria ameaça que é, que cá eu não sou de esconder intenções. 
Você é a vergonha de todos os homens que ainda ganham dinheiro honestamente, para ajudar a fazer face às dificuldades que os filhos de todos nós já enfrentam. E não lhe admito que me volte a chamar filhinha que o meu Pai, se fosse vivo, dava-lhe uma coça maior do que aquela que deu a um tal Fernão Peres de Trava, para me deixar em herança tudo aquilo que você, seu bandalho andou a desbaratar com as suas amantes de aquém e além-Atlântico...

Com o ódio da sua involuntária enteada: Maria Gustava de los Placeres Y Morales

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Viseu, Beira Alta, Portugal
autor satírico, cartoonista pseudónimo de António Gil, Poeta e Ficcionista, Não sectário, Agnóstico, Adepto Feroz da LIberdade de Imprensa e de Opinião...

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