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Saturday, April 9, 2011

The Big Chill - Films of my life by Sir Frankie Goethe Wally Wood

In the 80's, before the deplorable habit (made in USA, like most of the films) of pop corn and pop drinks, there were three different kinds of clients of the cinemas. A big group , loved   basic instincts  films (Kung-Fu and other sorts of spectacular and unnecessary violence, porno, the catastrophic sagas and so on).  

A second group (that has, somewhere, an area of intersection with the first)  included the fans of the so-called family films, such as drama, comedy, musicals, westerns and other kind of adventure movies .
There was also a third group, smaller but equally (or more?) fanatic, that had the habit of seeing films to discuss them in a café, or in the house of one of them, in order to share  the personal vision of each one about the «issue».
I miss those days, in spite of the arrogance of  some individuals who thought one needed a secret code to unveil the «work» of the director, assuming that any film was a  kind of encrypted language, needing an expert to reveal  his content to the poor idiots, unable to realize what they just have seen.
Alex friends, for me (and just for me, I believe) is the dead line of those days. The script of the film goes around the funeral of Alex, whose material absence is enhanced  by the fact of never showing his corpse, photo or any other image that could help us to «rebuild» is carnal existence.
So the director leaves the character «reconstruction» to the dialogs of Alex friends ..
Simultaneously to the psychological exhumation of Alex, we receive, as well, the exhumation of a time that is also dead. That's how we get to know  Alex was a kind of «leftist» and idealistic young man, around whom his group orbited, so fascinated they all where with his charming personality . 
The group splited, like it always happens after youth, and just the suicide of Alex brings them back together, for that masochist exercise, full of self commiseration, given the fact that they all grew old: gray-headed men and menopause (or almost) women. 
At the time, this was a cult film, for all those ex-young who could identify themselves with the subject. Younger than all those friends that loved the film, I «sinned» for sharing my «vision» with the elders, and I was punished for that, for I said everyone in that little group was also graving a time of childish and ridiculous idealism, in spite of the deepness of some dialogs and gestures. What I was saying, than, escaped to all that deified Alex, and sanctified his friends, just as if they all were familiar with Alex since his childhood. It did not occur to any of them, that Alex friends could all be lying or romanticize the profile of their dead friend, in the unconscious purpose of aggrandize themselves.
In the end of this arguments, tired of «fighting» against five individuals, I stood up and left the café where we all were, not before shaking their hands and expressing them my sincere condolences: I can't conceive nothing more sad than bury an imaginary friend, one of the best, of those that make us tremble of self piety for the purity and nobleness of our ideals. 'Cause the mean ones are always those that do not understand the incomparable whiteness of our naive souls.
Slushy talk, in its most Kitsch splendor eh eh eh.

Alex ??
?? - ??
Resquiescat in Pace.


P.S. A friend just informed me: in the first versio of the film, Kevin Kostner did paly Alex. All those scenes were removed later, by option of the director...





Na década de oitenta, antes do deplorável hábito - made in USA- das pipocas e bebidas com tampa e palhinha, havia três géneros distintos de públicos que frequentavam as salas de cinema. Um grande grupo, procurava filmes que lhes satisfizessem os instintos (Kung-Fu e outros tipos de fitas de violência espectacular mas gratuita, porno, os filmes catástrofe etc...).  
O segundo grupo (que tem com o primeiro uma certa relacção de intersecção)  incluía os apreciadores dos chamados filmes para famílias, que incluíam dramalhões ou comédias, os musicais, os westerns (cobóiadas) e demais género aventura, guerra, piratas, exploradores etc.
Havia um terceiro grupo, mais restrito mas ainda mais fanático mesmo se não mais assíduo, cujos membros iam em grupo ver um certo filme que fosse também o filme certo para depois, em casa de um deles ou num café, todos reflectissem e partilhassem a sua leitura pessoal da obra.
Sinto saudades desse tempo, se descontado o pretensiosismo de alguns indivíduos que supunham ter sempre a chave secreta da interpretação do filme, como se este não passasse de linguagem cifrada que alguém tivesse de «desvendar» aos olhos dos pobres idiotas (que, coitados, precisavam que lhes explicassem o que tinham acabado de ver).
Ora o filme Os amigos de Alex, para mim (e só para mim, creio) marca o fim dessa época. O argumento gira em torno do funeral do dito Alex, cuja ausência física é reforçada pelo facto de nunca lhe termos visto cadáver, foto ou imagem capaz de nos ajudar a reconstruí-lo como pessoa carnal.
Cabe pois, aos amigos de Alex, aqueles que o conheceram desde a juventude, reconstruirem a personagem e «aquele tempo» só com diálogos..
Simultaneamente se procede à exumação «psicológica» da personagem e à exumação sociológica de um tempo que também já não existe. Ficamos então a saber que Alex era um idealista esquerdófilo em torno do qual se constituira um grupo fascinado pela sua irresistível  personalidade. 
O grupo dispersara, cada um tinha seguido o seu rumo, como sempre acontece, e só o suicídio de Alex volta a reuni-los para aquele exercício autofágico e masoquista, pleno de auto comiseração visto que os amigos  agora são madurezas: homens grisalhos e mulheres na crise da menopausa ou quase. 
Filme que chegou a ser de culto, mas que não me impressionou tanto como a outros, caí no erro de partilhar a minha impressão sobre ele e de ter levado na cabeça de todos os que tertuliavam comigo, pois defendi que se enterrava ali uma época de ilusões algo infantis e até um tanto ridículas, apesar da pretensa profundidade de alguns diálogos e gestos. O idealismo que ali se enterrava, de vez, escapava à maioria dos meus amigos que divinizaram Alex como se o tivessem conhecido desde pequenino e santificaram os seus discípulos sem lhes ocorrer que eles podiam estar a mentir ou romantizar a figura do falecido, no inconsciente intuito de se incensarem a si próprios, em leitura típica de quem já não sabe senão ser juíz em causa própria.
No fim, cansado de argumentar contra cinco indivíduos, levantei-me da mesa de café e saí, não sem antes os ter cumprimentado um a um, dando-lhe os meus mais sentidos pêsames. Porque não concebo nada mais triste do que ter de enterrar um amigo imaginário, dos bons, daqueles que nos fazem estremecer de ternura por nós próprios e pela inquestionável nobreza dos nossos ideiais. Os maus são os outros, os broncos que não entendem essa incomparável brancura das nossas almas altruístas e ingénuas.
Aquilo a que eu chamo lamechice, em suma, na sua forma mais Kitsch eh eh eh.

Alex ??
?? - ??
Resquiescat in Pace.


Um amigo acaba de me informar que Kevin Costner fazia o papel de Alex, na primeira versão do filme. Todas essas cenas foram retiradas posteriormente, por opção do realizador...

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Viseu, Beira Alta, Portugal
autor satírico, cartoonista pseudónimo de António Gil, Poeta e Ficcionista, Não sectário, Agnóstico, Adepto Feroz da LIberdade de Imprensa e de Opinião...

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