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Wednesday, April 13, 2011

Os «Razíadas», canto segundo: estr.27 a 30

27-E assim, graças a engodos e rodeios
Que a todos trazem bem enganados
Cuidam de interesses próprios e alheios
Vendidos qu'a outros trazem comprados
Seus apetites vorazes, sem freios
Ah, «boys» e outros arregimentados
Qu'o povo se descobre em desespero
Por mor da má-fé e do destempero

28-E não menos já do que me parece
O tempo que avança sem contares
De quem, já tão cansado, amanhece
Dos muitos crimes, plurais e singulares
Contra a exangue Pátria que desfalece
Enquanto que com festas e cantares
Os crápulas exultam, fazendo peito
Orgulhosos do vergonhoso feito

29-Sempre soberbos, falsos Gigantes
A mentira vã, o gesto falso e impuro
Cuidando de lisonjear os ignorantes
Zelando, pelo método mais obscuro
De premiar ladrões e traficantes
Que negoceiam presente e futuro
Prometendo ao Povo todo o Céu
E fazendo das palavras, denso véu

30-E enquanto vendem, sagrado e profano
Do Templo por outrém edificado
Ostentam cínicos, o rosto humano
Que há muito trazem bem afivelado
Profissionais da mentira e do engano
( A isto chamam «sentido de estado»)
Pois que já se vêem figurar na História
Quando senil se escoe, a má memória...



Fim do canto segundo, continua na próxima quarta feira...

1 comment:

  1. ...dia 13...que azar!! A ladroagem continua e ostenta a Bandeira Nacional como donos do País...! Pudera mamaram tudo...!!
    Se o falecido Luís, zarolho, por aqui andasse não diria melhor que o Luís de Cá Mões!!

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Viseu, Beira Alta, Portugal
autor satírico, cartoonista pseudónimo de António Gil, Poeta e Ficcionista, Não sectário, Agnóstico, Adepto Feroz da LIberdade de Imprensa e de Opinião...

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