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Wednesday, April 20, 2011

Os Razíadas, canto terceiro: estr.1 a 4

Agora tu, míope me ensina

O que te contou quem tanto gama


Esse imoral canto, mister de rapina

Que em três lustros já nos fez a cama

E os remédios da falsa Medicina

Da indústria FMI que bem nos trama

Fazem subir a febre que nos postra

E ainda nos impinges tua bosta



Põe tu, lá no pasquim que já não leio

As mentiras, futilidades e patranhas

Embrulha-as no teu pérfido paleio

E ignora o que importa, com tais manhas

Qu'o tanso viva calmo e sem receio

Ouvindo só o rumor de suas entranhas

Entretido qu'anda com tuas lábias:

Veras bestas eu tenho-as por mais sábias



Jornais e tv's entregues a sabujos

Públicas empresas, só lucrativas


Prós privados: ah os negócios sujos

Sob a mesa, e os habituais convivas

Tão finos e contudo tão obtusos

Comendo das gamelas colectivas

Nem dão conta que perfazem uma Vara

Ou se dão, cuidam que ninguém repara


Ah temperem os suínos com Loureiro

Acendam os Cavacos na fornalha

Coloquem todos os tachos no braseiro

Que quando o estâmago do povo ralha

A carne é de quem a apanhar primeiro

Mesmo se fede, como a da gentalha

A quem nossa miséria tanto deve:

Que já nem a Terra lhes seja leve...



 (Continua na próxima quarta feira)   

1 comment:

  1. Gostei....aguardo os próximos episódios! : )

    Luísa Ribeiro

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Viseu, Beira Alta, Portugal
autor satírico, cartoonista pseudónimo de António Gil, Poeta e Ficcionista, Não sectário, Agnóstico, Adepto Feroz da LIberdade de Imprensa e de Opinião...

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