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Tuesday, March 15, 2011

Economia em autópsia: O exemplo Islandês por Joaquim Silva

Caros leitores:

Visto que a Dra Esmeralda Preciosa da Cunha se encontra convalescente (diz ela que os movimentos populares a põem doente) e sendo eu quem «dá a cara» por este blog, vou substituir o seu artigo por outro, sem alterar a rubrica. Aqui vai...

O Exemplo Islandês

Os jornais e televisões portugueses (e de outros países idem) evitam este assunto como se ele trouxesse a peste: na Islândia, um povo indignado com a sua classe político-financeira, tomou o futuro nas suas próprias mãos. É um assunto que «dói» tanto a cartos papagaios da dita «democracia representativa», (os tais que dizem que sem Partidos não há democracia), que eles preferem nem o encarar., varrendo-o para debaixo do seu muito já encardido tapete.
Não podem, como é óbvio, dizer que a democracia dos «representadores» (no sentido teatral do termo) exceda em amplitude e qualidade a Democracia Directa. E como não podem fazê-lo sem se exporem a um merecido ridículo, ignoram este facto como se ele não existisse.
  Por mim (e por muitos outros, estou seguro) também já não precisam de se incomodar: já nos é olimpicamente indiferente tudo o que possam dizer ou escrever. Durante décadas, ouvimo-los dizer que a Pedra de Toque dos mercados era a CONFIANÇA. Nesses tempos (como agora) concordávamos com este princípio básico.
  Efectivamente, como é possível negociar com quem não confiamos? Como pode funcionar uma sociedade de livre troca (de circulação,de produtos, de informação, de ideias), se um dos outorgantes desconfia que o outro só está lá para o enganar e prejudicar?
  Mas eis que agora, (arrependidos?) nos dizem que temos de confiar em quem nos trai, porque senão (destas mentes sai sempre ameaça) será sempre pior. E juram (com que autoridade? já experimentaram?) que a alternativa ao que está, só pode ser (ainda?) menos riqueza, menos informação, menos liberdade...
  O vosso tempo acabou senhores: Retirem-se, por favor. Não somos gente violenta e não queremos que nos obriguem a sê-lo. A violência transforma irreversivelmente as pessoas : tanto as que a praticam como as que dele são vítimas. Mas acontece que todos os dias somos alvos de uma violência insuportável. A notícia da descida dos Impostos para o Golfe e para o combustível dos Iates (quando nos bens alimentares essenciais, nos medicamentos, nos transportes e nas gasolineiras se mantêm a níveis obscenos) é um desses itens que pode funcionar como funcionou o comentário de Maria Antonieta quando soube que o povo não tinha pão. «Que comam brioches» terá dito a senhora, perdendo a cabeça mesmo antes de ela ter rolado na guilhotina... 

3 comments:

  1. ... já falta pão, medicamentos e emprego e a guilhotina já não há!!! Que fazer??
    A violência gera violência, como dizes e vai ser feio!!!
    Tudo pode ainda ser evitado, será que pode??

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  2. Falta o pão, os maus exemplos não.
    E, como diz o adágio popular, nas costas dos outros, vemos as nossas...
    Os meus parabéns pela clareza, pertinência e assertividade (we needed that).

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  3. MAs o que é que os islandeses fizeram? Deram porrada nos políticos? Se sim, eu agarro no Sócas e alguém enche aquela cara de tabefes.

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Viseu, Beira Alta, Portugal
autor satírico, cartoonista pseudónimo de António Gil, Poeta e Ficcionista, Não sectário, Agnóstico, Adepto Feroz da LIberdade de Imprensa e de Opinião...

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