Economia em autópsia: Por Esmeralda Preciosa da Cunha

  Muita gente parece não compreender algumas das minhas observações: não os censuro, porque o que eu digo não está ao alcance de qualquer um.   Vamos lá ver se nos entendemos: Eu sou daquelas que quer acabar com pobres, não com os ricos, por isso acho que as pessoas devem trabalhar para não serem pobres. Já os ricos, esses todos sabemos que não precisam de trabalhar, embora muitos, mesmo assim, não dêem às suas ilustrissimas pessoas um dia de descanso.

  Claro que o trabalho não mata ninguém, só cansa. Por isso é justo que se cansem aqueles que precisam e ainda alguns que não precisam mas fazem questão de se afadigar, para poderem atirar à cara dos outros a sua improdutividade crónica.

  Há quem diga que eu não faço nada mas essa gentinha anda muito enganada. O que acontece é que eu não preciso de tornar público aquilo que faço, o que é muito diferente. Não vejo razões para me gabar das coisas que faço, só das coisas que tenho, graças àquilo que já fiz. Porque, se não há almoços grátis nem no Mc Donalds, imaginem agora no Sheraton!!! E se um reles Opel custa dinheiro, imaginem um Triumph descapotável!

  Fiquem sabendo os meus detractores (a gaja das sextas incluída) que não só tenho trabalhado muito como nunca deixei de estudar. Todos os dias estudo maneiras de ter tudo o que quero, por exemplo, sem ter de abrir muito os cordões à minha pobre bolsa.   E por causa de tanto trabalho e estudo, muitas vezes nem a noite me fica livre. Só que tenho muito prazer no que estudo e faço, não me passo a vida a queixar, como tantos e tantas, pois bem sei que nada adianto com isso: é melhor gastar o meu tempo fazendo algo pela vidinha...

Vossa Esmeralda Preciosa da Cunha
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