14- Atrás de falsos números se escondia
O falso e fingido mensageiro
C'oa embaixada que com ele comia
Enganando os seus, como ao povo inteiro
Enchiam-se os peitos de alegria
Acreditando ser bem verdadeiro
O Paraíso que a todos ele jura
Impondo-nos o jugo da usura
15- Não faltam aqui fogos de artifício
Os trémulos cometas imitando
Dos que fazem do engano seu ofício
O céu, a Terra e as ondas atroando
O céu, a Terra e as ondas atroando
E enquanto neste atroz exercício
As riquezas do País vão queimando
O povo contempla atordoado
O espectáculo qu'o traz aprisionado
16 – Mas eis que da Europa, duramente
brandem-se ameaças de castigo
Que a chanceler anda descontente
E no sulista déficit vê perigo
E enquanto na Grécia, a pobre gente
No especulador já vê o inimigo
Por cá, o idiota tonto, nada receia
Pois crê qu'o Mal só lavra em casa alheia
Demagogos, vão sua teia urdindo
Roubando-nos o pão e o agasalho
Por seus postos de eleição, já temendo
A hipótese de um novo reviralho
Juntam a voz a quem contra eles reclama
Cuidando que, dessa forma, nos engana
18- Vêem-se já, em redor, ferver as praças
De gente, que infeliz concorre leda
Para atacar com vaias e ameaças
A canalha que de elite se arremeda
Que um dia, as promessas e as negaças
como o leite, que o calor azeda
Cheira mal, e esse odor que já cá está
É aquele que à boa gente, torna má
Somente uma palavra. FANTÁSTICO! Parabéns pelos versos e pela visão.
ReplyDelete..bem à medida de quem sabe e se preocupa com o que por cá se vai passando!! GOSTEIIII!!
ReplyDeleteMuito bem. Excelente "razíada".
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